Do blog do Ricardo Setti
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricado Lewandowski, anunciou que em 2017 todos os eleitores brasileiros estarão cadastrados pelo sistema biométrico, que permite identificação por meio das impressões digitais.
Temos hoje 135,8 milhões de eleitores. Em 2017, deverão passar de 140 milhões.
Agora, a pergunta: como um estado capaz de cadastrar por esse fantástico e infalível método de identificação 140 milhões de pessoas não conseguiu até hoje montar um banco de dados nacional de criminosos condenados, de modo a facilitar o combate ao crime?
Poderiam ser incluídos num banco de dados com o mesmo tipo de tecnologia também todas as pessoas processadas por crimes violentos, mesmo que não condenadas — não para serem perseguidas, mas para facilitar os trabalhos da polícia técnica. A possibilidade de alguém processado por crime violento ser efetivamente um criminoso é alta, do ponto de vista estatístico.
Custaria de 10 a 15% do preço do trem-bala — Um cadastro desses permitiria, idealmente, que todas as delegacias de polícia do país, as unidades das polícias militares e mesmo veículos de patrulhamento tivessem acesso instantâneo a informações fundamentais para a identificação de suspeitos, o combate e a prevenção do crime.
Pela tecnologia, dar-se-ia um passo gigantesco — repito, gigantesco, colossal — para reduzir a criminalidade e fazer potenciais criminosos pensarem duas vezes antes de agir.
Tudo isso poderia ser feito, ou começar a tomar corpo no governo federal, pelo equivalente a 10% ou 15% dos 33 bilhões de reais do custo estimado para o trem-bala que ligará São Paulo ao Rio — se realmente a ferrovia de alta velocidade sair do papel.
Montado o cadastro com a indispensável colaboração das polícias estaduais, os estados gradualmente implantariam a infraestrutura para os terminais de consulta, com eventual financiamento de Brasília.
Não vale a pena?
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