Coluna do Carlos Brickmann | Blog do Louremar

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Coluna do Carlos Brickmann

"Já é Carnaval"

1 - Lembra dos dólares na cueca? Quem levava os dólares no cofrinho era um assessor do deputado José Nobre, do PT cearense. Claro, o rigoroso inquérito não indicou de onde vinha o dinheiro, nem para quem ia (e que o receberia com prazer, já que, como assegura o ditado latino, "dinheiro não tem cheiro"). Mas voltemos ao tema: José Nobre acaba de ser escolhido 2º vice-presidente do PT.

2 - O deputado Tiririca, do PR paulista, quer ocupar dois postos de comando na Câmara Federal: reivindica uma suplência na Comissão de Turismo e Desporto e, "por pertencer ao mundo das artes", pediu ao partido que o coloque como titular na Comissão de Educação e Cultura. Mas depende dos acordos na Câmara.

3 - O PT saiu da campanha presidencial com muitas dívidas e, por isso, fez sua festa de 31 anos num salão pequeno, emprestado. Pelo jeito, o pessoal top do partido também está economizando: José Genoíno, que não é deputado, foi à festa no carro da Câmara dos Deputados. O senador Humberto Costa, líder do PT, e o ministro Paulo Bernardo foram à festa partidária usando carro oficial, como se estivessem cumprindo tarefa de Governo. Eles economizam, nós pagamos.

4 - Parece incrível, mas o slogan adotado pelo Governo Dilma é "País rico é país sem pobreza". Pode-se desenvolvê-lo em vários setores: "País gordo é país sem magreza", "país pobre é país sem riqueza", "país feio é país sem beleza", "país republicano é país sem Alteza". E, claro, "país descabeçado é país que paga gênios caríssimos para fazer slogans sem pé nem cabeça".

O amigo do homem

Agora que Hosni Mubarak deixou o cargo, sob os aplausos do ex-presidente Lula, que tal lembrar a visita do então presidente Lula ao Egito? Foi em 2003, e ele elogiou muito o ditador, que já ocupava o poder há mais de 20 anos. O comentarista Gaudêncio Torquato cita um antigo provérbio, "nunca diga desta água não beberei". Tratando-se de quem se trata, desta água não bebeu, nem beberá.

Dia do Brigo

Falta pouco: dentro de dois ou três dias saberemos como serão as relações entre o Congresso e a presidente Dilma Rousseff. Dilma bate o pé num salário mínimo de R$ 545, as centrais sindicais querem chegar a R$ 580, os tucanos ligados a Serra acham possível alcançar R$ 600, e o Congresso não tem muitas condições de controlar despesas, depois do mega-hiper-macro-superaumento que Suas Excelências se concederam. Fora isso, o PMDB e outros partidos que acreditaram nas promessas do PT e perderam espaço no Governo devem estar com uma certa coceirinha no dedo do gatilho. Haverá chance melhor para retaliar?

Seja irracional, coma bem

Uma empresa gaúcha acaba de vencer, no STJ, uma ação judicial contra a União (a informação é do portal jurídico Espaço Vital): como as rações que produz fornecem todos os elementos nutritivos necessários para a alimentação animal equilibrada, ganhou o direito à alíquota zero de IPI. Tudo bem: se é a lei que diz, e o tribunal confirma, está dito. Mas não seria interessante liberar de impostos os produtos necessários a uma alimentação humana equilibrada? Feijão, arroz, carne, frutas pagam impostos e a tributação não é pequena. Será que tratar seres humanos como animais só vale em outros casos?

Fala, ministro!

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, queixou-se ao secretário do Tesouro americano do déficit comercial de mais de U$ 7 bilhões que o Brasil carrega no relacionamento bilateral. Claro: num mundo justo, como o que Mantega certamente defende, todos os países devem ter superávit comercial ao mesmo tempo.

Fala mais, ministro

Mantega se queixa. Mas que se pode fazer, se a lâmina com que fazemos a barba e que já foi por muitos anos produzida no Brasil hoje é importada dos Estados Unidos? Talvez até seja produzida por uma siderúrgica brasileira - mas lá.

Felipe Melo do Planalto

Antônio Palocci é tranquilo, bonachão, mas sua posição de volante defensivo, no caminho de quem procura a presidente Dilma, desperta queixas. Se passar o mínimo que o Governo não quer, Palocci será acusado pelos adversários de ter contribuído para a derrota. É fortíssimo, mas já não é uma unanimidade.

Fogo amigo

Este colunista não gosta de apostar. Talvez por isso não aposte na permanência a longo prazo do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Parece ter sido atingido pelos mísseis de longa distância dos caças F-18, que voltaram a disputar o mercado da Força Aérea Brasileira após o fim do mandato do presidente Lula. Jobim conseguiu ser amigo de Serra e ministro de Fernando Henrique e Lula, que o indicou à sucessora. Mas sua empatia com a presidente não é tão boa assim.

Quem te viu

O ex-senador Arthur Virgílio, do PSDB amazonense, não foi reeleito. E tenta, para manter-se em evidência, ser o sucessor de Paulo Renato de Souza na Secretaria de Relações Internacionais do PSDB. Arthur Virgilio é diplomata formado. E foi quem ameaçou dar um soco no então presidente Lula.
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Carlos Brickmann - Jornalista, consultor de comunicação. Foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes (prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA, em 78 e 79, pelo Jornal da Bandeirantes e pelo programa de entrevistas Encontro com a Imprensa); repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional da Folha de S.Paulo; secretário de Redação e editor da Revista Visão; repórter especial, editor de Internacional, de Política e de Nacional do Jornal da Tarde.

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