Os dois cometeram incesto; mas só um é visto como monstro.... | Blog do Louremar

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os dois cometeram incesto; mas só um é visto como monstro....



Do blog do Marcos D' Eça

José Agostinho Bispo Pereira, lavrador, alcunhado pela mídia sensacionalista de ”O monstro de Pinheiro”, foi morto ao 55 anos. Teve filhos com a própria filha e mantinha relacionamento com uma das filhas-netas.

Antonio Luciano Pereira. Médico, bilionário, tratado pela mídia sensacionalista de “o dono de Belo Horizonte”, morreu aos 55 anos. Teve filhos com as próprias filhas e manteve relcionamento com uma das filhas-netas.

Duas histórias iguais, com personagens diferentes tratados desigualmente pela mídia.

O lavrador maranhense -sem acesso a escolas ou informações básicas que lhe pudessem esclarecer as coisas - foi trucidado e humilhado, até ser assassinado e decapitado em uma cela fétida do interior maranhense.

O empresário mineiro – com formação superior em Medicina, acesso às melhores escolas e consciente dos valores sociais básicos - foi ovacionado e tratado com status de celebridade. Ganhará, inclusive, um livro, tratando de suas aventuras sexuais.

As filhas e netas incestuosas de Agostinho Bispo se viram, agora, sozinhas, em busca de vida digna, após a morte do pai-avô-amante, tentando esquecer a tragédia familiar que marcou suas histórias.

As filhas e netas incestuosas de Antonio Luciano Pereira disputam nos tribunais uma fortuna de US$ 3 bilhões de dólares. E até assumem, orgulhosas, a condição de filha-neta e amante. Querem na Justiça reconhecer a “tragédia” que marcou suas histórias.

A mesma mídia que “matou” covardemente Agostinho Bispo – vítima da ignorância e do isolamento - mantém ”imortal” Luciano Pereira – construtor de si mesmo e irônico com a própria barbárie que protagonizou.

A mesma sociedade que condenou uma infeliz vítima social - que fez do desconhecimento uma possibilidade de alívio da dor - se deslumbra com a arrogância de um infeliz, que fez das oportunidades uma arma de covardia e poder.

Assim vive a moderna sociedade brasileira…

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