A Justiça concedeu, na madrugada desta
sexta-feira, um habeas corpus que garante liberdade a todos os bombeiros
presos. Os militares já começam a ser liberados dos locais onde estavam sob
custódia.
O recurso foi pedido por parlamentares da
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos
Deputados e atendido pelo desembargador Cláudio Brandão.
"Convencido de que a manutenção da prisão
não mais se justifica, defiro a liminar requerida e concedo liberdade
provisória aos militares presos no episódio mencionado na petição inicial e que
constam na relação", informa a decisão do desembargador.
Na quinta-feira os deputados Alessandro Molon
(PT-RJ), Dr. Aluízio (PV-RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) estiveram
reunidos com os presos e com manifestantes na Alerj. Hoje eles irão aos
quartéis para comunicar a decisão judicial.
"Nós estamos muito felizes (com a liberdade
dos bombeiros). Eu e os deputados Protógenes Queiroz e Dr. Aluízio estamos
contribuindo para o fim desta crise que estava deixando a nossa cidade em um
estado complicado. Espero continuar contribuindo para um Rio e um Brasil
melhores", disse o deputado Alessandro Molon à Rádio Band News.
Nesta sexta-feira, policiais militares, que não
quiseram se identificar, fizeram denúncias de que estão sendo impedidos de
trabalhar caso demonstrem solidariedade ao movimento por libertação e melhores
condições salariais ao Corpo de Bombeiros. O problema acontece especialmente no
Batalhão de Choque.
Em solidariedade aos bombeiros, muitos policiais
foram trabalhar com camisas vermelhas ou faixas da mesma cor colocadas nas
fardas. De acordo com as denúncias, o coronel Rocha, do Batalhão de Choque
teria impedido a saída destes PMs para o trabalho nas ruas.
"Fomos impedidos de sair do quartel pelo
coronel Rocha, do Choque. Não pudemos sair pelo simples fato de estarmos de
camisas ou acessórios vermelhos, indicando que apoiamos o movimento dos
bombeiros. Cheguei às 8h e ainda estou aqui", disse um PM à Rádio Band
News.
Parentes de policiais militares também fizeram
denúncias de que os PMs não podem deixar os quartéis para trabalhar. Na
quinta-feira, o comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio, pediu que
os militares evitassem colocar faixas vermelhas em solidariedade aos bombeiros.
A PM declarou que apenas pediu que os bombeiros
não deixassem os quartéis com camisas ou faixas vermelhas e que os mesmos,
aproximadamente 30, alegaram que não tinham outras blusas para vestir. A
corporação informou que todos foram liberados.
Na quinta-feira, Mário Sérgio esteve no Batalhão
de Choque e orientou a tropa a não ostentar fitas vermelhas distribuídas por
bombeiros na farda ou nas viaturas como muitos têm feito.
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