Manifestações não devem mudar nada em Bacabal

Duas situações:

No último final de semana. Diante do senador João Alberto, Zé Alberto disparou para incredulidade dos que estavam presentes: “A Saúde de Bacabal está ótima”. João Alberto concordou, disse que havia andado pela cidade (mostrando o filho que vai ser candidato e que poucas vezes andou na cidade) e ninguém havia reclamado.

Ontem. Aproximadamente 3 mil pessoas foram às ruas de Bacabal . Embora a PM estime em 1.500 pessoas, os organizadores e observadores da imprensa ouvidos por este Blog afirmam que foi bem mais.

A manifestação, como não poderia deixar de ser, elencou como pauta problemas locais. Os mesmos que diariamente são abordados pelos blogs da cidade. São os mesmos problemas que já existiam antes do prefeito José Alberto Veloso lançar a sua candidatura.

Zé Alberto fez desses problemas seu discurso de campanha. Terminada a campanha a solução dos problemas ficou no discurso.

Empossado, o prefeito passou a pedir calma e paciência para o povo, atribuindo os problemas às gestões anteriores.

O que o prefeito e sua equipe não entenderam é que a imagem da administração Lisboa já havia sido descontruída ao longo da campanha. Não há mais o que dizer desse cidadão que, ao lado da primeira-dama, realizou uma das piores administrações de Bacabal.

Mas Zé Alberto, mal assessorado, apostou nesse discurso. Imaginando que a popularidade da campanha eleitoral fosse algo eterno, se contentou em ouvir dos asseclas que o povo está “satisfeitíssimo”. Não está. Os asseclas sabem disso. O prefeito finge não saber.

Esse é o xis da questão. A realidade das ruas é bem diferente daquela que pintam para o prefeito. Ontem ele pode sentir o drama. Mas será que assimilou mesmo tudo o que está acontecendo?

Acho difícil. Hoje os seus assessores haverão de cercá-lo com aquelas construções hilárias: “Só tinha criança na manifestação, criança não vota”; “Seu Zé, isso é fogo de palha, logo esquecem”; “Não se preocupe, esse povo todinho vai votar no seu filho”. Do outro lado alguém deve emendar: "prefeito, em time que está ganhando não se mexe, vamos continuar assim".

O povo perdeu a paciência, principalmente porque durante a campanha eleitoral não se disse a esse povo que a resolução dos problemas se daria dali a dois ou três anos. Venderam a ilusão de que os problemas, pelo menos os mais prementes, seriam resolvidos de imediato. Deu no que deu. 

A percepção de realidade do povo mudou. Daí a mudar a percepção dos administradores, são outros quinhentos.