Do:site Delas
Após ser criticada na coluna da jornalista da Folha de São Paulo por seu posicionamento em nome do movimento Procure Saber, a empresária xingou Monica de “encalhada”. Uma questão de foro íntimo se tornou pública e assunto da grande mídia por dias, tirando o foco da discussão sobre as biografias não autorizadas.
Este é o primeiro erro da lista do que não fazer quando se tem a rede como escudo. Antes de atacar alguém pela internet, pense se faria o mesmo diante da pessoa. É o que aconselha Bia Granja, criadora do youPIX, maior evento de cultura de internet do Brasil. “Se não bancar xingar alguém olho no olho, não faça isso virtualmente. É uma regra básica”, diz Bia.
Escrever em caixa alta soa como um berro na orelha para quem está lendo. É ofensivo e sem educação. O web ativista e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Gil Giardelli compara as redes sociais a praças públicas. “Você não sai em uma praça estapeando os outros, gritando tudo o que acha certo. Sempre digo que o sussurro é o novo grito da internet”, pontua Giardelli.
É desaconselhável bater boca nas áreas públicas de Facebook, Twitter e Instagram. Prefira resolver embates e discordâncias em mensagens privadas ou até pelo telefone. “As pessoas esquecem que o Facebook é público e que suas centenas de amigos virtuais encheriam um auditório. Quando for escrever alguma grosseria, pense como seria falar ao vivo para toda essa gente”, completa Bia.
A internet é como uma lente de aumento que amplia o que acontece na vida off-line, ilustra o consultor de comunicação digital Alexandre Inagaki. Os compulsivos pela web reclamam de tudo, do engarrafamento à comida servida fria em um restaurante. Tais temas não acrescentam muito à timeline alheia. Se não tiver nada a acrescentar, é melhor ficar quieto.
Opinar sobre tudo e qualquer coisa virou corriqueiro. No entanto, se você não tem total domínio do assunto em pauta na sua timeline, o tiro pode sair pela culatra. Se não for especialista no assunto, procure informar-se melhor antes de soltar os dedos no teclado. Nada de dar pitaco sem ser chamado.
Ferramenta ideal
Discussões são sempre válidas para a formação intelectual. E as redes sociais podem ser grandes ferramentas para a transformação, como ocorrido nos protestos de junho passado -- o papel do Facebook e Twitter foi central para articulação dos discursos e divulgação do horário e local das mobilizações.
Mas alguns temas devem ser tratados com mais cuidado, como religião, futebol e política. “Quando paixões estão envolvidas, é preciso medir as palavras para não ofender”, diz o consultor de mídias Fabrício Saad.
Respeitar as diferenças é básico. Deixar de lado o preconceito e julgamento evita litígios virtuais. Uma pesquisa realizada pela empresa de treinamento corporativo VitalSmarts, em abril deste ano, revelou que os internautas estão mais rudes. “78% dos entrevistados relataram grosserias na internet e 19% afirmaram que amizades foram desfeitas por causa de discussões em redes sociais”, apontou o estudo.
Para que a porcentagem de amizades desmanchadas não aumente, o conselho aqui é esfriar a cabeça. “Assim como acontece na vida real, muitas vezes é melhor dar um tempo na relação, em vez de desgastá-la ainda mais. Ignorar e interromper a conversa são o melhor a fazer em caso de ataques desproporcionais. Melhor bloquear e excluir quem passou do limite do que chegar ao extremo e o relacionamento não ter mais volta”, recomenda Saad.
Excluir e bloquear amigos são recursos que fazem parte do jogo social e virtual, Giardelli salienta. Mas usados em excesso criam barreiras e impedem o amadurecimento. Abstrair as críticas e comentários negativos é o que Inagaki aprendeu ao longo dos 10 anos de existência de seu blog. “Percebi que argumentar e rebater críticas me tomava muito tempo. E instigava ainda mais quem estava a fim de briga. As discussões não acabam nunca”, diz ele.
Bia finaliza com duas dicas indispensáveis para evitar mal-entendidos e confusões. Dispense indiretas e ironias, que só podem piorar uma discussão. Debater é bom, mas agredir nunca adianta. “Não há nenhuma briga que valha a pena ser comprada na internet”, conclui.
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