Do blog do Josias de Souza
Num intervalo de menos de 24 horas, Dilma Rousseff viveu uma prévia da encrenca que a aguarda caso o eleitor a converta em presidente.
Na noite de segunda (18), em entrevista ao ‘Jornal Nacional’, Dilma teve de explicar-se sobre Ciro Gomes, incorporado à coordenação de seu comitê.
Recordou-se à candidata que, ao ser empurrado para fora do tabuleiro presidencial, Ciro chamara o PMDB de “ajuntamento de assaltantes”.
Mais: Ciro referira-se a Michel Temer, o vice da chapa de Dilma, como o “chefe dessa gente”.
Diante das câmeras da Globo, Dilma preocupou-se apenas em justificar a entrada de Ciro em sua caravana.
Não disse palavra em defesa do PMDB. Nem sinal de desagravo a Temer. Na manhã desta terça (19), os aliados ameaçaram atear fogo na aliança.
Para complicar, o comitê de Dilma demorava-se em exibir Temer na propaganda de TV. O vice gravara sua participação na semana passada. E nada.
De passagem por Goiânia, Dilma foi ciceroneada por Iris Resende, candidato do PMDB ao governo de Goiás.
Viu-se compelida a espargir sobre os microfones e os gravadores jatos de declarações antichamas.
Disse, por exemplo, que não vê o PMDB, esse “partido excepcional", como um “problema”.
Quanto ao vice, político “de extrema qualidade”, declarou que “não está escondido” na campanha.
À noite, Temer -"um homem extremamente experiente, digno e íntegro"- foi finalmente levado ao ar no programa eleitoral.
Acende daqui, apaga dali, o dia terminou em vapor. Mas o PMDB olha de esguelha para a campanha. Levou não um, mas os dois pés atrás.
Em meio à fumaça, uma impressão: se ganhar das urnas a cadeira de Lula, Dilma vai administrar o igual disfarçado de novo.
Logo ali, na virada da curva, bancadas de bigodes fartos e ternos viscosos armam emboscadas.
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