Igreja N.S. Penha Foto: / Ivo Gonzalez / Agência O Globo |
De O Globo
Numa ação ousada, que envolveu cerca de 600 homens e logística da Marinha do Brasil, a polícia do Rio deu uma resposta ao tráfico que entra para a história do Rio como uma das mais contundentes dos últimos anos.
Com ela, cai por terra um velho mito, sempre lembrado desde o início das Unidades de Polícia Pacificadora, de que os grandes complexos de favelas da cidade, como a Penha e o Alemão, eram territórios do tráfico quase inexpugnáveis.
No final da tarde de ontem, a imagem de policiais no cruzeiro que fica no alto da encosta, e dá nome à favela, era emblemática. A fortaleza do narcotráfico revelou-se de papel, suscetível a uma operação que combinasse tropa treinada e surpresa tática.
De símbolo do poder paralelo, que dela se apoderou por anos, a Vila Cruzeiro passa a troféu do estado, que retomou uma área de mais 200 mil metros quadrados, que estava alijada da cidade formal.
Passando sobre todas as barricadas que os traficantes instalaram nos acessos ao morro, principalmente usando pneus em chamas, os carros blindados sobre esteiras, pilotados por fuzileiros navais — em vez dos caveirões que fatalmente ficariam nos obstáculos por terem pneus — , avançaram por dentro das vielas, empurrando o que estivesse pela frente e obrigando os traficantes a uma fuga em massa pela mata.
Pelo menos 200. Agora, são as polícias Civil e Federal que fazem um cerco na região para capturar o bando.
Ao descer do cruzeiro, no ponto culminante do morro, o subchefe operacional da Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira, disse a frase que resumiu o feito:
— A comunidade hoje pertence ao Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário, fique à vontade para criticar e sugerior. Denúncias podem ser enviadas para louremar@bol.com.br ou louremar@msn.com