Durante discurso no Plenário da Câmara, o Deputado Domingos Dutra (PT/MA) retomou debate sobre o desastre ambiental provocado pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste). O Parlamentar abordou a denúncia feita contra o Ceste em audiências realizadas na última semana em cinco ministérios.
Prefeitos, Vereadores e atingidos das áreas afetadas pela barragem fizeram uma maratona de audiências com os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, de Direitos Humanos, Maria Rosário, do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florense, da Pesca, Ideli Salvatti, e com o secretário-executivo do Meio Ambiente, Francisco Gaetani , representando a Ministra da pasta, Izabella Mônica Vieira Teixeira.
O Deputado disse que as turbinas da hidrelétrica de Estreito já estão funcionando, prova de que a licença de operação foi concedida. O Presidente Lula esteve na barragem, no final do ano passado, para dar o pontapé inicial no enchimento do lago. Mas, infelizmente, os problemas sociais, ambientais e econômicos não foram resolvidos, destacou o parlamentar.
O Consórcio assumiu o compromisso de garantir alternativa de sobrevivência para aquelas pessoas que secularmente viviam do extrativismo, principalmente, do babaçu. No Município de Babaçulândia (TO), por exemplo, as quebradeiras de coco que durante séculos retiravam o sustento do extrativismo do babaçu estão lá de mãos abanando porque o consórcio não criou alternativas para essas mulheres. Há exemplo de outros extrativistas como os do pequi, do bacuri e da Jussara, denuncia o deputado Domingos Dutra.
Os pescadores, barqueiros e vazanteiros também tiveram foco no discurso. De acordo com o Deputado, todos os que necessitam do lago estão sofrendo, no entanto, os mais prejudicados pelo Ceste são os que sobrevivem da pesca. Hoje os pescadores passam mais tempo na água, têm que andar em lugares mais distantes, ficam expostos a riscos de várias naturezas e têm uma disputa com o boto, que acompanha o movimento das lanchas na disputa por alimentos. Tudo isso porque o consórcio não adotou as medidas para permitir que o lago pudesse garantir a sustentação desses pescadores, lamentou o deputado ao discorrer que abaixo da barragem, já chega a mais de 40 toneladas de peixes mortos após bater na parede da barragem.
É extremamente revoltante. Acima da barragem, os pescadores morrem de fome porque o peixe não reproduziu; abaixo da barragem, há pescadores famintos porque o peixe não consegue subir, lamentou.
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