Do: O Dia on line, por Antonio Barros
O mar está para os peixes graúdos no Corpo de Bombeiros. O orçamento da Secretaria de Defesa Civil prevê para este ano a despesa de R$ 930 mil com viagens internacionais e nacionais de 75 oficiais. A maior fatia da receita, perto de R$ 660 mil, ficará com 33 tenentes-coronéis.
Cada oficial de alta patente receberá R$ 14.389,76 só para alimentação e hospedagem por cerca de 20 dias em Portugal, Alemanha, Itália e França — equivalente a diária média de R$ 720, mais da metade do salário pago pelo estado a soldado bombeiro em início de carreira, hoje fixado em R$ 1.187,37.
As viagens dos 75 oficiais fazem parte dos cursos de Superior de Comando (tenentes-coronéis) e Aperfeiçoamento de Oficiais (para capitães) e servem para trocar conhecimento e experiência. As aulas começaram em maio, na Escola Superior de Comando de Bombeiro Militar, em Guadalupe.
No tour de setembro deste ano pela Europa, os alunos terão a obrigação de visitar quartéis de Bombeiros ou de Defesa Civil de quatro cidades nos países. No final, a única obrigação é apresentar um relatório.
A previsão de despesas com o passeio foi publicada nos boletins internos da Subsecretaria de Defesa Civil nos dias 4 e 5 de maio. O Corpo de Bombeiros destinou R$ 474.862,08 para hotel e alimentação de 33 tenentes-coronéis na Europa e mais R$ 219.770,08 para 42 capitães, na América do Sul.
O custo das passagens ainda não foi calculado. Mas como os destinos são semelhantes aos de anos anteriores (Europa e EUA), os coronéis devem gastar R$ 190 mil da Defesa Civil, enquanto os capitães morderão mais R$ 45 mil.
Em 2010, 32 tenentes-coronéis e três coronéis percorreram, entre 5 e 28 de setembro, Barcelona, Roma, Londres e Paris. Foi a 1ª vez que o passeio ganhou incremento financeiro do Corpo de Bombeiros. Nos anos anteriores, o passeio era restrito a dois países. E levou R$ 800 mil. Segundo a Secretaria de Defesa Civil, as viagens permitem conhecimento de novas tecnologias. A escolha dos países se baseia na experiência em eventos internacionais.
Roteiro de viagens por "centros de excelência" europeus
A turma de 2010 contou com um convidado fora de hora: o coronel Itamar de Oliveira, na época subchefe do Estado-Maior dos Bombeiros. Ele entrou na excursão dos alunos por Paris, Londres, Barcelona e Roma. É que o tenente-coronel Marco Aurélio de Queiroz desistiu da viagem e, para não perder o espaço na delegação, o comando indicou Itamar. Embora o grupo já estivesse com a cota preenchida de dois supervisores: os coronéis Jorge Sampaio de Deus Filho e Hélio de Oliveira.
Os responsáveis pela elaboração das viagens dos alunos da Escola Superior dos Bombeiros também gostam de alguns países, em especial França, Itália e Alemanha. Nos últimos anos, estes têm sido sempre alguns dos endereços frequentados pelas turmas de tenentes-coronéis. França e Itália serão visitadas dois anos seguidos. Um sucesso.
A Secretaria de Defesa Civil defende a repetição de cidades na viagem dos oficiais, ao invés da alternância para levar seus comandantes a conhecer o funcionamento de todos os quartéis do mundo. Na visão dos bombeiros, a escolha recai sempre sobre os “centros de excelência” e vale a pena para o estado mesmo sob o risco de, em poucos anos, todos os oficiais conhecerem as mesma instalações.
Outra defesa da secretaria está na exigência de levar todos os formandos e não só um grupo multiplicador. A tese é de que os oficiais que participam da viagem, no retorno ocuparão cargos estratégicos no Corpo de Bombeiros. Da última turma, no entanto, nenhum dos alunos está em cargo de chefia.
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