Procura-se desesperadamente um partido

Estar na política, exercer cargo eletivo, nem sempre significa que o cidadão é – de fato – um político. A política é uma arte que exige inteligência, humildade para compor e antes de tudo, percepção da realidade.

Os homens e mulheres que querem concorrer a um mandato, antes de correrem atrás dos eleitores, correm atrás de partidos que os abriguem. Poucos tem o discernimento de construírem uma estrada por onde possam palmilhar portando suas pretensões eleitorais.

No Brasil esse pessoal está pouco ligando para os partidos. As siglas existem de fato e de direito, mas os seus estatutos são meras peças produzidas para satisfazer a uma obrigatoriedade da legislação. Por isso, que em tempos como o de hoje, vemos o corre-corre dos políticos em busca de partidos, seja ele qual for. Agiotas, empresários, capitalistas de toda sorte aportam no Partido Comunista. Estranho? Eles nem se incomodam com isso. Foi só um exemplo concreto, não vejam no comentário algo contra o partido comunista. Aliás, são dois: PC do B e PCB.

Na política local, os candidatáveis estão atrás de siglas. Alguns agiram corretamente mas foram atropelados pelos acontecimentos, é o caso do vereador Ilton Viana que pretendia ser candidato a prefeito. Articulou o PSDB com tempo, criou uma comissão provisória, mas terminou perdendo o partido depois que o deputado federal Carlos Brandão assumiu o comando da sigla.

Outros, simplesmente foram displicentes ou incompetentes politicamente. É o caso do prefeito Lisboa. Em 7 anos de mandato como Prefeito, não construiu uma base partidária para lhe apoiar. Se cercou de pessoas, não ligou para partidos. Agora anda desesperado atrás de um para emprestar ao seu pupilo Júnior do Saae. Lisboa disputou a eleição do seu primeiro mandato pelo PP. A segunda eleição disputou pelo PDT de Jackson Lago.

Com a tomada do controle do partido pelo irmão de Jackson, Antonio Carlos, o prefeito de Bacabal passou a articular com todo mundo. Sem sucesso. A sua última investida foi junto ao PSD. Ignorando o que todo mundo já sabia – que o comando da sigla no Maranhão é do grupo do senador Lobão – o prefeito confabulou com o deputado estadual Tatá Milhomem. Estava certo que o PSD em Bacabal ficaria com o seu grupo. Acomodado, Lisboa se despreocupou e necas de PSD. Sem percepção da realidade, requisito necessário para um bom político, não viu que há muito o deputado Alberto Filho havia articulado o PSD para o seu grupo político.

Esta semana Lisboa deve voar para Brasília. Vai atrás do PSDB de Carlos Brandão, o mesmo que foi tirado do vereador Ilton. Deve conseguir,a relação entre o Prefeito e o Deputado são boas. Brandão esteve no início de setembro em Bacabal para discutir os primeiros pontos do acerto.

Outros candidatáveis procuram espaço

O secretário de Obras, Nonato Chaves, era do PTB. Depois que a vereadora Liduina Tavares assumiu o comando da sigla e ensaiou uma candidatura a prefeito, Nonato deixou o barco. Aportou no PRB e se lançou candidato.

O pecuarista Zé Alberto Veloso era filiado ao PP. Deve sair e se filiar ao PMDB. Embora possua o controle do PSD, há o temor de que o novo partido não seja considerado legal para as próximas eleições. Nesse caso, Zé Alberto prefere não arriscar.