Da: BBC Brasil
No Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, a organização de direitos humanos Anistia Internacional alerta para a repressão de jornalistas e blogueiros que usam a internet para veicular suas reportagens para milhões de leitores, virtualmente sem fronteiras.
No Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, a organização de direitos humanos Anistia Internacional alerta para a repressão de jornalistas e blogueiros que usam a internet para veicular suas reportagens para milhões de leitores, virtualmente sem fronteiras.
As proibições em sites de busca, a aprovação de leis restritivas à liberdade de expressão online e até os custos proibitivos de uso da rede, todas são ações que enfraquecem a democracia nos países, argumentou a organização.
Nas Américas, a Anistia destaca principalmente a repressão em Cuba e no México, onde os jornalistas são cerceados seja por oposição ao Estado (Cuba), seja por denunciar esquemas de corrupção e tráfico de drogas (México).
Recentemente, o Brasil também tem chamado a atenção das organizações de direitos humanos por causa da morte ou repressão de jornalistas. Apenas neste ano, quatro jornalistas foram assassinados no país.
Fora da internet, as Américas têm algumas das regiões mais hostis para a prática do jornalismo independente.
Brasil
Na opinião da Anistia, situação no norte do México talvez seja a mais grave, mas em Honduras e na Colômbia os profissionais que buscam desvendar esquemas de corrupção ou crime organizado também são perseguidos.
No Brasil, no início deste ano, a organização Repórteres Sem Fronteiras rebaixou o país para a 99ª posição no seu ranking de 179 países sobre liberdade de imprensa – uma queda de 41 posições –, principalmente pelo "alto nível de violência que afetou os jornalistas em 2011".
Na internet, uma das situações mais lembradas é a da blogueira cubana Yoani Sánchez, que chegou a apelar para a presidente Dilma Rousseff, mas teve uma viagem ao Brasil negada pelas autoridades da ilha comunista – a 19ª viagem ao exterior rejeitada.
"Os Estados estão atacando os jornalistas e os ativistas na internet porque se dão conta de como estes indivíduos corajosos podem efetivamente usar a internet para desafiá-los", disse o diretor-sênior da Anistia para Legislação Internacional, Widney Brown.
"Precisamos fazer resistência a todo esforço dos governos de minar a liberdade de expressão."
Primavera Árabe
Em várias regiões do planeta, incluindo países mais pobres ou emergentes, o acosso de jornalistas é comum, ressaltou a Anistia em sua avaliação geral da liberdade de imprensa.
A chamada Primavera Árabe – levantes populares nos países do Oriente Médio e Norte da África nos últimos 15 meses – abriu "o espaço para a expressão da mídia" em países como a Tunísia ou a Líbia – entretanto, restrições à liberdade de imprensa continuam a ser "disseminadas", disse a ONG.
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