Da: Folha.com
Documentos abertos agora ao público mostram que a presidente Dilma Rousseff foi monitorada não apenas durante a ditadura militar (1964-85), quando foi presa e torturada, mas em todo o governo de José Sarney (1985-90), hoje presidente do Senado.
Os papéis integram o chamado "Acervo da Ditadura", do Arquivo Nacional, um conjunto de mais de oito milhões de páginas produzidas pelos órgãos de inteligência da ditadura e do governo Sarney sobre a vida de aproximadamente 308 mil pessoas, sindicatos e partidos.
Na fase pós-ditadura, o SNI apontava Dilma como parte de uma "infiltração comunista" em órgãos da prefeitura e do governo do Rio Grande do Sul, chamando a atenção para a sua passagem pelos grupos da esquerda armada VAR-Palmares e Colina.
Os relatórios registram a atuação de Dilma no movimento feminista que, segundo o SNI, buscava "a conscientização das massas, pretendida por facções esquerdistas que almejam o poder".
O SNI também monitorou uma viagem de Dilma ao México e acompanhou comício que Dilma e Lula participaram contra a ampliação do mandato presidencial de Sarney, em 1988.
Ao integrar o secretariado de Alceu Collares (PDT) na Prefeitura de Porto Alegre, em 86, Dilma foi alvo de outro relatório. O SNI disse que a prefeitura tinha "infiltração" de pessoas "com registros de atividades subversivas".
A assessoria de Sarney disse que, em seu mandato na Presidência, ele havia ordenado ao SNI que não realizasse "levantamentos sobre a vida privada" de "nenhum brasileiro". Disse ainda que não era informado sobre objetivos e resultados do SNI.
O acervo agora tornado público integra os chamados "dossiês pessoais" e só podia ser consultado por terceiros após autorização da pessoa.
Com a Lei de Acesso à Informação, o Arquivo deu prazo para as pessoas pedirem bloqueio aos seus dossiê.
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