Nonato Chaves anuncia sua pré-candidatura a prefeito de Bacabal

O engenheiro civil Raimundo Nonato Chaves deixou a secretaria de Obras do município de Bacabal para ser candidato a prefeito.

O anúncio foi feito esta semana durante uma entrevista coletiva na residência do engenheiro. Nonato foi Diretor de Obras na adminsitração Cazuza, nos anos 80. Foi vereador por um mandato e Presidente da Câmara. Sempre compôs o grupo político do senador João Alberto. Por um bom tempo deixou a política de lado e se dedicou à sua empresa, a bem sucedida Construtora Chaves. Em 2009 aceitou o convite do prefeito Lisboa, seu compadre, para assumir a Secretaria de Obras.

A entrevista teve momentos de alfinetadas na administração Lisboa. Alguns discretos, quase imperceptíveis, outros bem explícitos, como no momento em que Nonato Chaves respondeu ao editor do Blog sobre o que faltou para concretizar obras primordiais. Na visão dele faltou vontade política.

A saída de Nonato Chaves da Secretaria e o anúncio da sua pré-candidatura a prefeito pelo PRB vão de encontro ao vaticínio de alguns observadores. Alguns especuladores políticos diziam que a manifesta intenção de ser candidato era apenas um jogo de cena. Apostavam alguns que o engenheiro cederia se fosse dada a ele a certeza da eleição da filha Natusa como vereadoras. Nathusa Chaves continua como Secretária Municipal da Juventude. Já pediu pra sair, o prefeito Lisboa ainda não anunciou o substituto.

Na conversa com a imprensa, o engenheiro destacou as suas realizações na Secretaria. Segundo ele a primeira missão foi detectar os pontos de alagamento.  “Nós mapeamos sete pontos de alagamento na cidade: Frederico Leda (Sesi/Senai), rua Rui Barbosa, Bairro Esperança, Bairro da Areia, Osvaldo Cruz (próximo à Caixa Econômica), rua Gonçalves Dias (próximo ao bar do Garimpeiro) e região do terminal rodoviário”. Nonato Chaves disse que o escoamento das águas pluviais se dão por dois canais, a galeria da OAS e a galeria da rua Ruis Barbosa, ambas terminam na BR 316. “Enquanto essas duas galerias não tiverem continuidade o povo de bacabal vai continuar sofrendo esse alagamento no centro da cidade “, afirmou.

Ele destacou que há medidas paliativas que podem ser tomadas

“Podemos amenizar com obras complementares como a galeria do ( colégio) Leda Tajra , onde toda a água que  iria para o bairro da esperança seria automaticamente transportada para uma mini- galeria de 200 metros  na frente do Leda Tajra. A galeria do  (bairro) Alto Cururupu iria coletar toda a água que vem do Bom Pastor, Alto Cururupu e assim a água não iria para o centro da cidade.

O que não foi possível fazer

Em tempos de muita chuva, o pré-candidato foi hábil em abordar um tema que atinge diretamente à sociedade. Questionado sobre o que gostaria de ter feito e não foi possível realizar na Secretaria, disse

“O trabalho que mais me afligiu foi o saneamento básico em termos de águas pluviais. Vejo agora o município investir milhões e milhões em saneamento. Eu quero esclarecer à sociedade de Bacabal que esse saneamento é importante, onde vai coletar os dejetos sólidos residenciais mas a infra-estrutura, o alagamento, as casas inundadas no centro da cidade não serão em momento nenhum atendidas por esse saneamento. Temos que trabalhar para buscar a complementação das galerias para que o povo de bacabal possa viver tranqüilo nessas épocas de chuva”.

O que faltou para realizar as obras, vontade ou dinheiro?

O escoamento das águas da chuva é primordial para a tranquilidade dos moradores de vários pontos da cidade de Bacabal. O que faltou para que o Secretário realizasse essa obra? Ao responder, Nonato Chaves enfatizou a responsabilidade da Administração Municipal 

“Faltou vontade política. Faltou determinação política e definição de prioridades. É necessário que o povo de bacabal tenha essa consciência, é preciso cobrar mais dos políticos, cobrar o que o povo precisa. Temos que ter um governo participativo. Não é todo prefeito que sabe as necessidades do povo”.

Nonato Chaves reclamou da estrutura administrativa. Disse que é complicado administrar sem orçamento e culpou o sistema:

“Para nós da secretaria de Obras a dificuldade maior  na busca de materiais é que nos dependemos da administração central. O secretário não tem autonomia de compra. Não pode chegar e comprar o que é necessário, tem que requerer para a secretaria de Administração, o Secretário de Administração encaminha para o Departamento de Compras, para que aquelas compras sejam viabilizadas através de licitações, o que é normal,  e cem por cento da vezes tem que passar pelo Prefeito municipal. Então a Secretaria muitas vezes é obrigada a paralisar obras importantes, pelo próprio sistema de aquisição de materiais, pela burocracia existente.É necessário de se implantar um orçamento mínimo para resolver as necessidades de urgências”.

O engenheiro Nonato Chaves ao lado da esposa Sulamy Chaves

A ponte é uma ameaça

A ponte sobre o Rio Mearim foi um assunto abordado pelo apresentador Salomão Duarte.  Com mais de 50 anos de construída, a ponte não recebe a atenção dos órgãos federais.

E uma responsabilidade de todos nós. Apesar de ser  uma responsabilidade direta do Gov Federal, o município e os gestores políticos em nível de estado terão que buscar em caráter de urgência condições que garantam à sociedade de Bacabal e ao Maranhão um tráfego permanente na BR 316. Já tivemos situações difíceis quando a ponte foi ameaçada e esse tráfego foi interditado.

Encaminhamos ao Dnit, ao senador João Alberto, ao deputado Alberto filho, um levantamento geral sobre a situação da ponte sobre o Rio Mearim. Trouxemos a Bacabal a equipe do dnit por duas vezes e o que eles fizeram foi apenas obras que não atendem a necessidade daquela ponte. Eles amenizaram melhorando apenas o passeio. Estamos com o lastro da ponte ameaçado, os balanços da ponte, nas extremidades, ameaçados.  É necessário que todos os políticos de Bacabal e do Maranhão, dessa região do mearim,  busquem com urgência uma reforma em proporções ideais para a ponte sobre o Rio Mearim.

A grande obra, construção de um viaduto

“Temos que partir para uma grande obra em Bacabal é o viaduto que vai transportar o pessoal do bairro da Areia, da Vila Coelho Dias, das três mil unidades residenciais que estão sendo implantadas, da Bela Vista, as 250 unidades do Novo Bacabal, mais 500 que serão implantadas naquela região. E nós temos que transportar todo esse povo para o centro da cidade. O índice de acidentes hoje é de mais de um acidente por dia na BR 316. Mandamos um relatório para o Dnit  e encaminhamos um levantamento feito pelo Samu e pela Polícia Rodoviária Federal para que os técnicos tomem conhecimento da grande necessidade de como nós iremos fazer a interligação do centro da cidade com esses bairros que terão daqui a alguns dias mais 3 mil famílias para serem transportados passando pela BR 316.

A motivação para ser candidato

O editor do Blog questionou ao pré-candidato o que o motivou a ser candidato a prefeito somente agora. Depois de ter militado na política por tantos anos e ter passado um período totalmente distanciado as atividades políticas.

“O momento político de Bacabal, a incerteza política de Bacabal e o desafio maior do Nonato Chaves. Após cumprir a missão de pai e preparar uma geração familiar... minhas filhas já estão formadas, a estrutura que a Construtora Chaves me permitiu manter me faz com que nós possamos alçar vôos maiores e a necessidade de ver uma geração nossa dar uma resposta ao povo de Bacabal. Nós temos consciência de que a nossa geração passou sem deixar uma resposta ao povo de Bacabal, nós podemos fazer mais”.

Como pretende concorrer sem um grande grupo político.

Aspecto da entrevista, o pré-candidato ao lado das filhas Nathusa e Nathaina

Questionado sobre ter saído de um grupo político e se lançar com um único partido, o engenheiro Nonato Chaves foi otimista na sua resposta. Ele acha que a eleição municipal deste ano vai fugir dos padrões tradicionais.

“A política de bacabal nesse momento não vai passar pelos grandes caciques. Ela vai passar pela vontade do povo. A preocupação com o cacique o povo tem que esquecer.

Nós não podemos mais atender a vontade do senador, a vontade do prefeito, a vontade do deputado. Nós temos que atender em primeiro lugar a vontade do povo. É isso q eu espero como pré-candidato do PRB

O que nos iremos buscar? É provar que Bacabal não pode viver atendendo a vontade dos políticos, dos caciques.  O Prefeito é um empregado do povo, quero que o povo procure escolher um empregado capaz. E não procurar um empregado apenas pra fantasiar ou ganhar o dinheiro do povo”.