Da: BBC
Um dos principais mistérios envolvendo o escândalo da correspondência
papal que vazou é quem se beneficiaria com o ocorrido?
O
Vaticano sempre foi alvo de espionagem, mas o escândalo atual supera em escala
os episódios do passado.
Os responsáveis por vazar os documentos, apelidados de “corvos” pelos
italianos, parecem não ter a intenção de desacreditar o papa, mas sim seu
número dois, o cardeal Tarcisio Bertone.
Os documentos foram publicados no livro Sua Santitá de
Gianluigi Nuzzi. A obra dá a impressão de que o Vaticano é uma organização com
pouca coesão interna e com alguns egos muito frustrados.
Embora o Vaticano seja totalmente informatizado, com sua rede própria de
telefonia celular segura, o próprio Papa não usa computador. Ele escreve a mão,
rubricando a correspondência com uma letra "B" seguido pelo numeral
romano "XVI".
O livro mostra que as cartas ao papa são entregues por intermediários ao
seu secretário, sem chegar necessariamente pelo correio do Vaticano.
Suspeitos
Suspeitos
Nuzzi disse ter usado pelo menos três fontes distintas dentro do Vaticano para escrever o livro.
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Mordomo do Papa (embaixo) foi detido |
Portanto
fazer uma lista de possíveis suspeitos não deve ser uma tarefa impossível para
eles.
O
Estado do Vaticano tem uma população residente pequena de menos de mil
cardeais, bispos e funcionários, dormindo em seu interior quando os portões
fecham todas as noites, logo após a 23:00.
Durante
o dia, milhares de outros funcionários circulam pelo território do Vaticano, os
mais antigos deles estacionando seus carros no imponente pátio Belvedere.
Uma
dica interessante para entender o que se passa no Vaticano vem de um blogueiro
italiano citando um alto cardeal em condição de anonimato, que diz que, no
Estado Papal, os cardeais estão em guerra uns com os outros.
Em
um almoço de aniversário Papa Bento 16 foi ouvido comentando: "estes
italianos, por que eles estão sempre perturbando o papa com suas brigas
italianas?"
O
número de italianos no Colégio de Cardeais que vai eleger o sucessor do papa
diminuiu na última vez que foram anunciadas promoções, mas eles ainda têm uma
grande proporção de votos e influência na Igreja.
O
papa tenta trazer mais estrangeiros, especialmente de fora da Europa, para o
Colégio, para aumentar a possibilidade de que seu sucessor não seja italiano.
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