Do: portal UOL
Poucas
vezes uma foto simbolizou tão bem o horror de uma guerra. Era 8 de junho de
1972, no Vietnã, e o fotógrafo Huynh Cong 'Nick' Ut viu algumas crianças
correndo, tentando escapar de seguidas explosões na vila de Trang Bang, na
província de Tay Ninh.
8 de
junho de 1972. Um grupo de crianças foge das explosões na vila de Trang Bang,
no Vietnã. Kim Phuc aparece nua, à frente do irmão mais novo Pahn Thann Phouc,
que perdeu um olho.
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Ele não pensou duas vezes antes
de fotografar a cena, que trazia uma personagem que entraria para a história:
uma garotinha de 9 anos, nua, gritando "muito quente, muito quente",
enquanto tentava escapar das bombas.
A
imagem tornou-se um dos símbolos da Guerra do Vietnã e agora está perto de
completar 40 anos. Hoje, a personagem da foto está com 49 anos e diz que
a foto a perseguiu a vida inteira.
"Eu realmente quis escapar
daquela menina", diz Phan Thi Kim Phuc. "Eu queria escapar dessa
imagem, mas parece que a foto não me deixou escapar", disse ela, que hoje
comanda uma fundação
para ajudar crianças vítimas da guerra.
"Eu fui queimada e me tornei
uma vítima da guerra, mas crescendo, tornei-me outro tipo de vítima",
completa ela. Ao relembrar o momento em que a foto foi tirada, ela diz ter
ouvido fortes explosões e que o chão "tremeu".
"Eu vou ficar feia, não
serei mais normal. As pessoas vão me ver de um jeito diferente", ela diz
ter pensado na hora, ao perceber que sua mão e braço esquerdos estavam
queimados.
Em choque, ela correu atrás seu
irmão mais velho e não se lembra de reparar nos jornalistas estrangeiros
reunidos enquanto corria na direção deles, gritando. Depois disso, ela perdeu a
consciência.
Phan Thi Kim
e o mariod, Bui Huy Toan, em maio de 1992, no Canadá.
O casal de conheceu em
Cuba, para onde Phuc foi enviada em 1986.
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"Eu chorei quando a vi
correndo", diz Ut, que cobria a guerra pela Associated Press. "Se eu
não a ajudasse e alguma coisa acontecesse que a levasse a morte, acho que eu me
mataria depois", comenta o fotógrafo, que nunca mais deixou de falar com
Phuc. Ele a deixou em um pequeno hospital e fez os médicos garantirem que
tomariam conta da garota.
A foto foi publicada e, alguns
dias depois, outro jornalista, Christopher Wain, um correspondente britânico
que tinha dado água de seu cantil a Phuc, descobriu que ela tinha
sobrevivido. A garota tinha sido transferida para uma unidade americana em
Barsky, única instalação em Saigon equipada para lidar com ferimentos graves.
"Eu não tinha ideia do que
tinha acontecido comigo", diz Phuc. "Acordei no hospital com muita
dor e com enfermeiras ao meu redor. Acordei com um medo terrível".
Phan Thi
Kim Phuc com o filho, Thomas, em 1997. No braço esquerdo Phuc carrega
as marcas
das queimaduras da Guerra do Vietnã
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"Toda manhã, às 8 horas, as
enfermeiras me colocavam em uma banheira com água quente para cortar toda a
minha pele morta. Eu só chorava e quando eu não aguentava mais,
desmaiava", relembra ela que hoje vive com o filho e o marido, Bui Huy
Toan, no Canadá.
Depois de vários enxertos de pele
e cirurgias, Phuc foi finalmente autorizada a deixar o hospital, 13 meses após
o bombardeio. Ela tinha visto foto de Ut, que até então tinha ganhado o Prêmio
Pulitzer, mas ainda não sabia do alcance e poder da imagem.
"Fico muito feliz em saber
que ajudei Kim", disse Ut, que ainda é fotógrafo da Associated Press.
"Eu a chamo de minha filha", brinca.
"A maioria das pessoas
conhece minha foto, mas sabe pouco sobre minha história", diz Phuc. “Fico
agradecida por poder aceitar essa foto como um presente. Com ela, eu posso
usá-la para a paz."
(Com Associated Press)
correndo para a vida e para fazer parte da história, para que jamais esqueçamos do horror da guerra,
ResponderExcluirParabéns por publicar reportagem que faz parte da história e mostrar os horrores que foi essa guerra.
ResponderExcluirQuem é pai e olha uma imagem dessa lembra de imediato dos seus filhos.Essa menina deve ter sofrido bastante.
Luiz Jr./São Luis