Amigos candidatos;
Escrevo esse post enquanto os
senhores, imbuídos da humildade típica de quem é candidato, ainda aceitam eu
chamá-los de amigos.
Depois de eleitos, certamente que
não aceitarão. Serão ‘excelências’ que pouco se preocuparão com a opinião da
Imprensa. A maioria pensa o que o deputado Sérgio Moraes (PTB/RS) disse: “Estou
me lixando para a opinião pública... vocês [jornalistas] escrevem, vocês batem,
mas a gente se reelege”.
O fato é que os senhores e senhoras
ainda são candidatos e, como tal, se dignam a ler os blogs tentando extrair o
que os simples mortais pensam, para usarem como base na condução de suas campanhas que terminam
amanhã.
É nesse contexto que quero pedir um
exame de consciência. Uma pausa para reflexão antes que o poder lhes suba à
cabeça. Sim, porquê ele não deixa o cidadão embevecido somente após a posse.
Inebriante pela própria natureza, o poder coopta a consciência do candidato logo
depois da apuração. Daí ele passa a agir como um semideus. A sociedade
contribui para isso, é verdade. As portas das concessionárias de veículos
importados se abrem sem ranger logo no primeiro dia após a eleição, os créditos são aprovados sem consulta, ele é
o “eleito”.
Pensemos, caros candidatos, como é
difícil a caminhada até a vitória numa campanha eleitoral. São articulações que
começam bem antes da convenção. No dia da escolha partidária, ainda há o
suspense. Enfim escolhido, o candidato terá a labuta do registro, a formação
das equipes de trabalho, os gastos. É uma longa jornada até o dia da vitória.
Pensemos no universo dos que querem
ser candidatos. O número dos que realmente conseguem ser indicados, demonstra
que vocês, caros candidatos, começaram aí a passarem pela porta estreita dos
escolhidos. Desses que fazem a campanha, quantos serão eleitos? Se você for um
deles, não terá sido apenas sorte. Que tal pensar que você foi escolhido para
uma missão?
Pensemos como o nobre candidato ou
candidata pediu, implorou para que as pessoas simples no pensar e pobres no
possuir, dessem a você uma oportunidade. O dia chegou. Aqueles estranhos a quem
você visitou, usando as mãos que você apertou de forma autômata muitas das
vezes, irão estar a sós numa cabine digitando o seu número. E não o farão de
forma impensada, sem reflexão. Para o eleitor, para a maioria deles, é um gesto
importante.
Pensemos, caro candidato, na
importância desse gesto quando – no final do dia – o seu nome começar a
replicar no noticiário, nas TVs, nas rádios, nos blogs. Se veja como um eleito
para uma missão de melhorar a vida da sua comunidade. Antes de autorizar a
abertura da caixa de uísque ou a queima dos fogos, recolha-se em si e se
conscientize de que não é o vencedor de verdade. Quando eleito, caro candidato,
serás o símbolo daquele povo que lhe deu o voto, será a esperança de cada uma
daquelas pessoas que ponderou tantas vezes se realmente valeria a pena confiar
no seu sorriso brejeiro estampado na face quando daquela visita em seu casebre.
O seu município, qualquer que seja
ele, tem problemas. Pensemos, caro candidato, que você não vai querer ser mais
um problema não é mesmo? Comece do primeiro dia a não pensar nas fraudes, nos
desvios, nos ‘jeitinhos’ de burlar a lei.
Ao se comportar dignamente, seja
prefeito ou vereador, estarás trabalhando para que a merenda chegue na escola
das crianças, para que os velhinhos tenham remédios nos postos de saúde, para
que os jovens tenham empregos gerados nas empresas que foram atraídas para o
seu município.
Louremar Fernandes
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