Presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Câmara Federal debateu com representantes do governo e da
sociedade civil alternativas para o Sistema Penitenciário Nacional
“Se possuímos um aparato jurídico
abundante e de boa qualidade, e dispomos de estruturas públicas gigantescas
incrustadas nas máquinas da União, dos 26 estados e do Distrito Federal, o que
impede o Estado Brasileiro de cuidar dos seus presos que apodrecem nos
cárceres?”.
Foi com essa indagação que o
presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado
federal Domingos Dutra
(PT/MA), abriu, ontem (27), os debates do Seminário sobre
Sistema Carcerário Brasileiro.
O seminário – que consta de quatro
mesas de debates - foi proposto pelo próprio deputado maranhense, conjuntamente
com a deputada federal Érika Kokay (PT/DF) para discutir com representantes do
governo federal, do Congresso Nacional e da sociedade civil organizada,
alternativas para o sistema penitenciário nacional.
O evento foi aberto com uma exposição fotográfica e
a exibição de um vídeo produzido pela TV Câmara, em 2009, sobre os trabalhos da
CPI do Sistema Carcerário (período 2007-2008), da qual o deputado Domingos
Dutra foi o relator.
Em seguida, Augusto Eduardo Rossini, presidente do Departamento Penitenciário
Nacional (Depen) e representante do ministro da Justiça; Maurício Kuehne, do
Conselho Nacional de Secretarias de Administração Penitenciária; Ângelo
Oliveira, juiz-substituto da Vara de Execuções Penais (VAC) do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal; Luciano Losekann, do Conselho Nacional de Justiça;
e o prefeito de Planaltina (GO), José Olinto Neto, fizeram uma avaliação do
sistema penitenciário desde o lançamento do relatório da CPI.
As causas do caos - O deputado Domingos Dutra, que coordenou a primeira mesa, fez vários questionamentos no
decorrer de sua explanação. “O que impede o Estado garantir trabalho aos presos
se temos gente, leis, terras ociosas no entorno dos presídios e obras e
serviços públicos em todo o Brasil, que podem absorver parte da mão de obra
ociosa nos cárceres?”, interrogou.
- Será que uma das causas do
sistema carcerário ser o que é (um inferno) é porque a maioria dos encarcerados
é pobre, negro, analfabeto, homens e mulheres para os quais o Estado negou as
mínimas condições de cidadania, quando os mesmo estavam em 'liberdade'? Se esta
é uma das causas, que o Judiciário passe a condenar os grã-finos e os
colarinhos brancos – orientou o parlamentar.
Humanização do sistema - O deputado Domingos Dutra afirmou que o caos nesse sistema
é secular e de conhecimento público. “Agora é hora de ação”, disse ele,
defendendo a humanização do sistema carcerário como solução.
- Humanizar o
sistema carcerário não se confunde com a defesa de bandidos, como infelizmente
pensam alguns – avisou o parlamentar, completando: “É cumprir a lei, a
Constituição, os tratados internacionais e respeitar os direitos de quem foi
condenado”
Para o presidente
da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, humanizar o sistema carcerário é
também defender a sociedade. “Devemos humanizar esse sistema em defesa de todos
nós que estamos livres, porque hoje o preso está contido, mas amanhã ele está
contigo, comigo, com todos nós. É melhor e mais barato devolver para a
sociedade quem cumpriu a sua pena recuperado, do que feito uma fera, como
acontece hoje”, acrescentou.
O seminário
debateu, ainda, a Execução Penal – progressão de regime, medidas cautelares,
alternativas penais e modernização da gestão penitenciária; a Reintegração
Social (educação, trabalho, saúde e outros direitos fundamentais para
integração dos/as presidiários/as); e Perspectivas de Mudança no Marco Jurídico
(a Lei de Execução Penal, a proposta de execução penal no novo Código Penal e
as experiências exitosas de normatização interna).
Importantíssimo,trabalho vem fazendo o Dep.Federal Domingos Dutra,diante da Presidência da Comissão dos Direito Humanos,na Câmara Federal,já a partir da CPI,que tratou do sistema prisional do pais,por oportuno o ministro da justiça do nosso mais,afirmou que preferia morrer do que cumprir,pena nas cadeias brasileiras,isso nao é diferente em nosso estado,aqui mesmo em Bacabal,vimos recente caso de preso aparecer morto,dentro da sela,isso precisa ter outro rumo,o Estado é que tem o dever de da solução ao assunto.(Darlan Caldas)
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