Da: Carta Capital, com informações da Agência Senado
Um dia após manifestações contra o preço do transporte público e outras pautas levarem mais de 1 milhão de pessoas às ruas de todo o Brasil, em protestos nos quais militantes de partidos políticos e movimentos sociais foram hostilizados, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu, nesta sexta-feira 21, no plenário do Senado, o fim dos partidos. Segundo o senador, essa seria uma boa resposta aos protestos.
“Nada unifica mais hoje todos os militantes e manifestantes do que a ojeriza, a desconfiança, a crítica aos partidos políticos. Talvez seja a hora de dizermos: estão abolidos todos os partidos. E vamos trabalhar para saber o que é que a gente põe no lugar”.
Para Cristovam, sua ideia não ameaça a democracia. Em entrevista a CartaCapital, Buarque reconhece que “uma democracia não funciona sem partidos”. “Hoje, não há nenhum partido. Eles são clubes eleitorais. Não existe nada ainda que substitua partidos. Mais os atuais partidos não são partidos.” O senador propõe, então, a criação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para fazer em um ano a reforma política sobre o tema, permitindo inclusive candidatos a eleições sem filiação partidária.
Segundo o pedetista, como não há partidos de verdade no País, a solução seria a criação de novas legendas com a reforma política. “Uma constituinte exclusiva pode fazer uma reforma para que os atuais partidos oficiais sejam substituídos por outros. Eles vão surgir, você cria o seu, eu crio o meu, e tentamos buscar gente que pense como a gente. E não gente que tenha interesses comuns na hora da eleição. Pode até ser que mantenham a mesma sigla, mas têm que se reestruturar e se livrar de quem não pensa igual, criar uma identidade ideológica.”
As manifestações pelo Brasil, diz Buarque, mostram que os atuais partidos “não servem”, não têm legitimidade e “têm que ser recriados”.
DEVERIA DEFENDER O FIM DOS POLÍTICOS DESONESTOS.
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