Ministro da Saúde recebe médicos estrangeiros. Na foto, com a médica espanhola Sonia Gonzales e o brasileiro Thiago Carvalho, formado na Espanha. Foto: Valter Campanato/ABr |
Cuba, comunista há mais de 50 anos, tem no
planejamento centralizado a base de sua estrutura governamental. Como é que, de
repente, aparecem quatro mil médicos disponíveis? Estará Cuba, em nome da
solidariedade ao Governo brasileiro tão amigo, disposta a sacrificar o
atendimento médico à sua população?
O PT condena a gestão da Saúde por organizações
sociais, a seu ver uma inaceitável terceirização. Saúde não deve dar lucro. Pagar um Governo
estrangeiro para que envie profissionais de sua escolha e os remunere com parte
do que recebe não é terceirização? O que sobra para o Governo cubano não é
lucro?
Grandes empresas do país já foram enquadradas na
Lei do Trabalho Escravo porque terceirizaram parte de sua produção para outras,
que pagavam abaixo do mínimo, obrigavam seus empregados a morar onde mandavam e
aproveitavam-se de sua situação para explorá-los - ou aceitavam ou eram
enviados de volta a seus países. Em que diferem os médicos cubanos, obrigados a morar onde Havana mandar,
impedidos de optar por outra vida e ganhando aquilo que lhes for determinado
pelo Governo cubano, dos imigrantes escravizados?
São dúvidas razoáveis. E a presidenta com certeza
dará respostas excelentas.
Do presidente Lula, em 19 de abril de 2006, ao inaugurar o setor de emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre (fonte, Agência Brasil): "Eu acho que não está longe da gente atingir a perfeição no tratamento de saúde neste país". Seriam os médicos cubanos o toque que faltava para atingir a perfeição? Se eram, por que o Governo demorou tanto para trazê-los?
Tanta gente chegando ao Brasil, em tão pouco tempo, faz surgir outra dúvida: imaginemos que alguns dos cubanos resolvam mudar de vida e pedir asilo político ao Brasil. Os pugilistas cubanos que se atreveram a isso foram presos e enviados de volta a Cuba num avião venezuelano. Já Césare Battisti recebeu asilo político. Qual dos exemplos será seguido se algum médico não quiser voltar?
Por que os médicos cubanos não podem a trazer a família para o Brasil?
Na folha de pagamentos do Tribunal de Justiça de São Paulo, a que esta coluna teve acesso, constam diversos desembargadores com vencimentos superiores ao teto constitucional, que equivale ao salário de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Mas há algo ainda mais intrigante: Marcos Antônio Tavares, condenado em decisão definitiva a 13 anos de reclusão pelo assassínio de sua esposa, consta na folha do TJ paulista como Juiz de Direito de Entrância Extraordinária, Fórum da Comarca de Jacareí. Seus vencimentos são de R$ 21.766,15 mensais. Tavares cumpriu quatro anos de sua pena de prisão em regime fechado e o restante em casa. Até 2009 recebeu aposentadoria por invalidez - anulada quando se comprovou, por suas atividades e por perícia médica, que a invalidez não existia.
O Tribunal de Justiça de São Paulo com certeza
poderá esclarecer como um assassino condenado continua recebendo rigorosamente
em dia.
Após a desocupação da Câmara dos Vereadores do
Rio, a situação voltou ao normal. Os vereadores já podem não trabalhar como
sempre.
Mandar que a Câmara de Vereadores seja desocupada
não será redundante?
Achando os culpados
Na verdade, ninguém pode se queixar. As últimas
pesquisas para o Governo de Brasília indicam Joaquim Roriz na frente, com
folga, seguido de José Roberto Arruda. Roriz renunciou ao Senado para não ser
cassado por corrupção. Não pode se candidatar, pois é ficha-suja. Arruda,
depois cassado pela Justiça, foi o primeiro governador do país preso por
corrupção no exercício do mandato.
Explique também, deputado
O deputado federal Carlos Roberto, presidente do
PSDB de Guarulhos, SP , quer ser candidato a prefeito em 2016. Já disputou em
1996, 2008 e 2012, sempre sem êxito. Mas antes de partir para a quarta
candidatura majoritária - persistente, não desistirá até aprender - precisa
resolver um problema na Justiça: o Supremo Tribunal Federal abriu inquérito
para apurar a movimentação de R$ 21 milhões em sua conta bancária, entre
janeiro de 2011 e outubro de 2012. Carlos Roberto é empresário, tem dinheiro,
mas a Receita Federal considera que o valor mesmo assim é alto demais,
incompatível com a receita de Sua Excelência. Um exemplo: em 2012, o
parlamentar tucano declarou rendimentos de pouco mais de R$ 200 mil e
movimentou pouco menos de R$ 15 milhões.
Carlos Roberto, com certeza, explicará a distância
entre o que diz que ganhou e o que movimentou.
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