Um episódio do “eu quero, eu posso, eu mando”

Em Bacabal, uma simples comemoração de aniversário pode resultar em um episódio de grandes proporções.

Foi assim no final de semana quando o pecuarista Zé Alberto Veloso convidou a classe política para a comemoração do seu aniversário.

A presença de todos os que foram convidados poderia redundar em ameaça ao secretário Junior do Saae, que o prefeito Lisboa teima em conservar como candidato a algo. Só ainda não definiu o cargo, pode ser a prefeito, a vice-prefeito.

Por isso, Júnior sequer foi para a balada no sábado. Preferiu se concentrar no esforço de telefonar para todos os pré-candidatos a vereador e para os cabos eleitorais. Pelo menos dois deles confidenciaram ao blog o diálogo:

- Ei rapaz, é o Júnior

- Diga Júnior

Num cacoete que lhe é característico ao iniciar qualquer fala, Júnior pronuncia um “esse”

- Esse.... tu foi convidado para o aniversário do Zé Alberto?

- Sim, fui.

- Esse.... mas não é pra ir. Lisboa viajou e deixou a ordem. Se você for, nós não vamos gostar. Fica na tua.

Flagrante do café da manhã do pecuarista Zé Alberto. Foto do leitor.

É a consequência de uma administração falida e sem estrutura sequer para lançar um candidato. Qualquer passo político, qualquer atividade social é vista como uma ameaça. É a evidência de um candidato que usa das mesmas práticas do tempo em que a bacaba era uma fruta em abundância na região. Como a maioria dos pré-candidatos são contratados pela Prefeitura, prevalece a palavra de quem paga.

Do episódio fica a compreensão de como será formada a Câmara Municipal. Da mesma forma que hoje pré-candidatos aceitam placidamente as ordens, no futuro não deixarão a subserviência de lado.