"Alckmin, ou Quem tudo quer"
Um dia, o líder máximo do PMDB, Orestes Quércia, decidiu livrar-se de seus adversários internos. Conseguiu afastar do partido políticos como Franco Montoro, Fernando Henrique, Covas. O partido ganhou unidade e perdeu substância. O PMDB, maior partido do país, desde 1998 nem tem candidato à Presidência.
Um dia, o líder máximo do PMDB, Orestes Quércia, decidiu livrar-se de seus adversários internos. Conseguiu afastar do partido políticos como Franco Montoro, Fernando Henrique, Covas. O partido ganhou unidade e perdeu substância. O PMDB, maior partido do país, desde 1998 nem tem candidato à Presidência.
O governador paulista Geraldo Alckmin repete hoje a manobra que não deu certo com Quércia - um político, aliás, muito mais competente do que ele. Isolou seus adversários internos do PSDB, resolveu se vingar da derrota que sofreu para Kassab, do DEM, nas eleições de 2008 (e, de quebra, dos tucanos ligados a Serra, que apoiaram o vitorioso), tomou o comando municipal do partido. Aliás, que partido? O PSDB paulista centralizou o comando e está se dissolvendo. Ficou com Alckmin a turma do sim, senhor - aqueles cujo melhor representante é o secretário que pediu às grandes empresas que troquem seus caríssimos geradores que queimam derivados de petróleo por modelos a álcool, sem qualquer compensação, e passem a vender energia, para evitar a falta de luz. O PSDB corre o risco de transformar-se num partido quimicamente puro e eleitoralmente fraco.
Enquanto isso, o prefeito Kassab vai formando seu novo partido, com maioria de políticos provenientes da antiga oposição, PSDB e DEM. O PSD (o nome está sendo disputado: talvez acabe sendo outro) cresce atraindo antigos seguidores de Alckmin.
Nesse jogo, onde Serra se situa? Ganha um sanduíche de pão integral com queijo branco light e uma folha de alface quem conseguir achá-lo no jogo.
Memória de gordo
Política é um mundo estranho, mas às vezes previsível. Para livrar-se de seus adversários, Quércia deu força a grandes aliados, como Almino Affonso e Alberto Goldman. Completado o serviço, livrou-se também dos dois.
O passado, o futuro
Alckmin tem um belo nome político: o de um dos mais hábeis articuladores do PSD, o mineiro José Maria Alkimin, seu parente distante. Passou muitos anos ao lado de um mestre, o ex-governador Mário Covas. Mesmo assim, não perdoou a seu vice, Guilherme Afif, ter acompanhado um aliado histórico, Gilberto Kassab, e demitiu-o da secretaria que ocupava.
Tudo bem, afastar secretários é normal. Só que, se Alckmin quiser deixar o Governo para candidatar-se à Presidência, batendo Aécio Neves dentro do partido, quem ficará em seu lugar no Governo é Afif. Um político hostil num cargo importante é sempre complicado.
O petróleo é nosso
As já maciças importações de petróleo vão aumentar ainda mais: a Petrobras anunciou a compra de outro milhão de barris, em maio. Recordando: há cinco anos o presidente Lula anunciou que o Brasil era autossuficiente em petróleo. Neste ano, as importações devem chegar a US$ 18 bilhões, ou ultrapassá-los. E o nosso álcool, fique tranquilo, continua sendo o combustível do futuro.
Os pobres do Norte
Será que alguém já se perguntou por que nos Estados Unidos não há trem-bala? O motivo é simples: porque a conta não fecha. Não há possibilidade de retorno do investimento nem mesmo entre Nova York e Washington, onde o número de passageiros é um dos maiores do mundo. Há quem pense num trem-bala na Califórnia, a ser construído com dinheiro público. Mas há tantos protestos e contestações que é difícil sua concretização.
No Brasil, quais as alternativas de trânsito? Quais as mais adequadas, em termos de segurança, benefícios e custo? O trem-bala pode ser a melhor solução, mas a decisão não pode ser improvisada.
A Medalha...
Lembra de José Genoíno, que foi presidente do PT, que está sendo processado no STF no caso do Mensalão, ao lado de 38 cumpanhêro, por formação de quadrilha, que conseguiu uma beiradinha no Ministério da Defesa? Pois bem: Genoíno acaba de ser condecorado pelo ministro Nelson Jobim com a Medalha da Vitória - uma condecoração destinada a pessoas e instituições que tenham contribuído para difundir os feitos da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, participado de conflitos internacionais em defesa de interesses do Brasil, integrado missões de paz, prestado serviços relevantes ou apoiado o Ministério da Defesa no cumprimento de suas missões constitucionais.
...da Vitória
Genoíno e a Medalha da Vitória, tudo a ver. O caro leitor não identifica a atuação de José Genoíno nas tarefas que levam alguém a receber a Medalha da Vitória? Este colunista também não. Mas a falha deve ser nossa.
A ética acima de tudo
A ética acima de tudo
Palavras do senador Mário Couto, tucano do Pará, sobre o novo Conselho de Ética do Senado: "Quero que este conselho comece e termine com moral". Coisa fina, este Conselho de Ética. Inclui Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, Romero Jucá, líder do Governo no Senado (de qualquer Governo: foi líder do Governo Fernando Henrique, foi líder do Governo Lula); inclui só amigos do presidente do Senado, José Sarney.
O desejo do senador Mário Couto será certamente atendido: este Conselho terminará com a moral com que começou.
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