Coluna do Carlos Brickmann | Blog do Louremar

domingo, 26 de junho de 2011

Coluna do Carlos Brickmann

"A ameaça virtual"
Como um vírus, ele é invisível. Como um vírus, ele é potencialmente perigoso. Um vírus pode estar presente, sem qualquer consequência; pode causar desconforto, pode causar doenças, pode enfraquecer o organismo. E pode matar.

O ataque de hackers aos computadores de instituições oficiais brasileiras pode ser uma brincadeira, pode ser um desconforto, pode ser o prelúdio de uma série de crimes (o vazamento de senhas, por exemplo, abre infinitas possibilidades de roubos e fraudes). E, numa situação extrema, pode colocar sob o controle de pessoas não credenciadas nem habilitadas uma série imensa de serviços públicos.

Ao que se saiba, há três grupos de hackers no ataque. O site do IBGE foi invadido e saiu do ar; o da Petrobras saiu do ar por 20 minutos (mas informações internas da empresa foram divulgadas). Houve exposição de dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito paulistano Gilberto Kassab. Os ataques foram feitos à Presidência da República, ao Senado, ao Ministério dos Esportes, a diversos outros órgãos de administração federal.

Para quê? Aparentemente, para nada - ou, como pichadores de rua, apenas para mostrar a competência de cada grupo. Houve manifestos sobre a necessidade de transparência, as virtudes da democracia, os altos preços dos combustíveis, mas nada muito consistente. E os três grupos estão brigando entre si: os dois com base internacional (Anonymous e Lulz) já são adversários antigos. O brasileiro FIREH4CK3R os acusa de falta de ideologia, e defende um país de todos.

A ameaça real

O manifesto do grupo brasileiro diz que em junho o número de ataques a sistemas de computadores do país baterá recordes. Os hackers, provando que estiveram lá, divulgaram dados pessoais de funcionários da Petrobras. E se divulgarem os segredos comerciais da empresa? O problema é nosso: imagine que, na diversão, alguém desarranje os dados do abastecimento de água. Ou de luz.


Programa de Índio

O candidato a vice de José Serra, Índio da Costa, foi abordado numa operação policial e se recusou ao teste do bafômetro. Segundo explicou, tinha tomado uma taça de vinho no almoço e, como não sabia a duração dos efeitos do vinho no organismo humano, preferiu não se arriscar. A história de Índio chama a atenção:

1 - Se não sabia quanto tempo dura o efeito do vinho, não deveria guiar.

2 - O vinho foi no almoço. E recusou o teste na madrugada do dia seguinte.

Chapa completa

Índio foi vice da chapa tucana na última eleição presidencial. Aécio, que deve ser o candidato tucano na próxima, também não quis soprar o bafômetro. Foram, sem dúvida, feitos um para o outro. E podem até aproveitar (antes que adversários mais habituados o usem) até o slogan que lhes faltava: "Uma boa idéia".

Ônibus camburão

Há quem diga que não ocorrem novidades na política brasileira! Antônio Teixeira de Oliveira, o prefeito petista de Senador Pompeu, no Ceará, acusado de desvio de dinheiro público e fraude em licitações, juntou 36 companheiros - todos, inclusive ele, com prisão preventiva decretada - e fugiu num ônibus alugado. A coisa por lá é brava: o desembargador Darival Bezerra determinou o afastamento do prefeito, do vice-prefeito e do vice-presidente da Câmara.

Família, a base de tudo

O governador propôs, a Assembléia aprovou: duas novas secretarias estaduais foram criadas no Paraná, com muitas verbas (inclusive federais, do PAC, Bolsa Família e Brasil sem Miséria) e amplos poderes. Uma delas, Infraestrutura e Logística, tem como titular José Richa Filho, irmão do governador tucano Beto Richa; outra, Família e Desenvolvimento Social, é comandada por Fernanda Richa, esposa do governador.

Agora já se sabe por que Beto Richa fazia oposição tão ferrenha ao ex-governador peemedebista Roberto Requião: é que, nos bons cargos públicos, Requião punha a família dele (seis parentes!) e não a de Richa.

Faça o que eu mando 2

Comentando a nota da última coluna a respeito dos prazos impostos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar aos convênios e seguros médicos para que atendam seus clientes, um médico de primeira linha informa os prazos reais que hospitais do SUS impõem para seus serviços. O médico é generoso: usa os prazos do Hospital das Clínicas de São Paulo, de grande tradição e reputação.

1 - Colonoscopia, pedida por médico do próprio hospital em setembro de 2009. O exame foi realizado em agosto de 2010.

2- Exame preliminar na Pneumologia, pedido em setembro de 2009, foi feito em maio de 2010.

Se o cliente não puder esperar, paciência: vai piorando e morre. Afinal de contas, não é este o destino de todos nós?

Entendendo a economia

Do economista Alexandre Schwartsman, sobre a provável manutenção da meta de inflação em 4,5% para 2013:

- "Já entendi o sentido de ‘não negociaremos com a inflação’. Quer dizer que cederemos à inflação tudo que ela exigir".

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