O estado do Texas, nos Estados Unidos, executou, na noite desta quarta-feira
20, Mark Stroman, autor de dois assassinatos por “vingança” aos ataques de 11
de Setembro.
Alegando “patriotismo”, o americano de 41 anos disse que tinha como alvo
pessoas do Oriente Médio, apesar de que suas três vítimas eram do sudeste
asiático – Rais Bhuiyan, nascido em Bangladesh, recebeu um disparo no rosto e
ficou cego de um olho, mas sobreviveu.
O primeiro assassinato ocorreu poucos dias após os atentados terroristas,
quando Stroman abriu fogo contra o paquistanês Waqar Hasan, de 46 anos, em
Dallas. Uma semana depois, Bhuiyan foi alvejado e, no dia 4 de outubro, Stroman
matou o indiano Vasudev Patel, de 49 anos.
Foi pela morte de Patel que o norte-americano foi condenado a morte –
Stroman não foi julgado pelo assassinato da vítima paquistanesa, apesar de ter
existido uma acusação formal.
A execução de Stroman foi a oitava ocorrida no Texas neste ano.
Perdão
A condenação de Stroman recebeu atenção especial pela mídia norte-americana
e internacional porque o único sobrevivente de seus ataques, Rais Bhuiyan,
atuou enfaticamente nos últimos meses para tentar converter a pena capital em
prisão perpétua. O bengali chegou a entrar com uma ação contra o governo do
Texas pela conversão da pena.
Em entrevista ao jornal The New York Times, Bhuiyan disse que sua fé
islâmica o ensinou a perdoar Stroman. “O que ele fez foi por ignorância. Eu
decidi que precisava fazer algo para salvar a vida daquela pessoa”. Para
mostrar a ele, segue o bengali, “que matar alguém em Dallas não é uma resposta
para o que aconteceu em 11 de Setembro”. Bhuiyan requisitou ao governo do Texas
uma visita ao corredor da morte, para encontrar-se com Stroman, mas seu pedido
foi negado.
Stroman se disse arrependido e, ao mesmo jornal nova-iorquino, classificou
Bhuiyan como uma “alma inspiradora”. Quando foi julgado, ele disse que foi
motivado pela morte de uma irmã no desabamento do World Trade Center.
Entretanto, de acordo com o jornal britânico Guardian, os promotores do caso
afirmaram que não há evidencias concretas de que isso seja verdade.
Vivendo para morrer…
Uma semana antes da execução, Stroman respondeu uma carta ao The New York
Times, na qual se dizia um “verdadeiro americano… vivendo para morrer, morrendo
para viver”. Ele foi morto com uma injeção letal, cujo procedimento demorou 11
minutos.
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