A minha vida de criança

Por: Jéssica Mendes

Hoje, dia das crianças é impossível ignorar essa data, impossível mesmo. Há alguns anos eu deixei de me considerar criança e essa decisão veio acompanhada de várias obrigações e responsabilidades.

Hoje, por exemplo, vendo várias crianças recebendo presentes, vendo os sorrisos em seus rostos, vendo o brilho nos seus olhos, vendo a correria, a brincadeira, a falta de preocupação, e a felicidade desses seres de alma tão pura eu percebi como o tempo passou rápido, como as coisas mudaram. Há poucos anos eu vestia roupa de gente grande, andava por aí desfilando de salto e não via a hora de crescer, e hoje eu deixaria essa maturidade toda de mão, eu só queria ter que me preocupar com a hora do meu desenho preferido, ou a dúvida cruel “Barbie lago dos cisnes ou Barbie Rapunzel?” Mas como diria Cazuza: “O tempo não para” e pior ainda, ele não volta.

Só o que resta agora são as fotos, as recordações e as lembranças, e com certeza elas são as melhores possíveis! (vale ressaltar que as fotos nem tanto!) Ainda há pouco mesmo revendo algumas fotos eu percebi que os micos que eu pago hoje em dia não são NADA comparados aos que me sujeitaram quando eu era pequena, frágil e indefesa. Eu fiquei me perguntando o que se passava pela cabeça da minha mãe e do meu pai quando eles me levaram pra tirar foto em um cavalinho no meio da praça totalmente contra a minha vontade, e esse detalhe nem precisaram me contar, já que na foto eu estou a cara da brabeza, ou o que se passa na cabeça da minha avó que anda por aí exibindo com o maior orgulho do mundo as minhas fotos de infância! Eu também queria saber se eles não pensaram que eu ia crescer e ver o ensaio que eu fiz vestida de animais -eu fui um zoológico completo- e será que nem por um minuto passou pela cabeça deles que eu ia querer me enterrar de vergonha ao ver essas fotos? Mas vocês estão perdoados, ok?

As recordações podem me deixar vermelha de vergonha hoje em dia, mas são as recordações da melhor e mais linda época da minha vida, são tudo que resta do que se foi e não vai voltar mais. Não adianta eu dizer que a minha infância foi a melhor de todas, porque cada um vai achar a sua, né? Mas foi linda, pra mim, não tinha como ter sido melhor. E as fotos? São detalhes, quem não tem uma dessas toscas que atire a primeira pedra, mas atire na foto, por favor!

E quem foi que disse que é só criança que se diverte no dia 12?!

Um feliz Dia das Crianças a todos que ainda conservam a coisa mais linda do mundo, que é a sua criança interior. 

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Jéssica Mendes tem 15 anos, é aluna do Master em São Luis e é minha sobrinha.