A Padroeira do Brasil

Nossa Senhora da Santa Conceição Aparecida é um título católigo dedicado a Maria, mãe de Jesus. O seu santuário fica em Aparecida, em São Paulo.

A história da imagem começa em 1717 quando foi encontrada por dois pescadores. Em Guarantiguetá os moradores receberam a notícia de que D. Pedro de Almeida e Portugal, o governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro iria passar por ali. Os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves receberam a missão de pescar os peixes para serem oferecidos ao governador. Lançaram as suas redes no rio Paraíba do Sul mas não conseguiram pescar nada. Era o dia 12 de outubro e eles desceram o curso do rio até Porto Itaguaçu. Quando João Alves lançou a sua rede, apanhou o corpo de uma imagem sem a cabeça. Lançou novamente a rede e veio a cabeça da imagem de Nossa Senhora. Daí em diante, a pescaria foi abundante.

Filipe Pedroso guardou a imagem em sua casa e as pessoas se reuniam para orar. A cada dia chegava notícias de graças alcançadas em nome da imagem ‘aparecida’. A devoção cresceu e durante 15 anos o pescador esteve com a santa em sua casa. Depois, como movimento de fiéis aumentou, ele construiu um oratório no Porto de Itaguaçu.

Os primeiros milagres

O primeiro milagre atribuído à santa, depois da frutífera pescaria. Foi a noite das velas. Provavelmente em 1733, estava um grupo reunido, numa noite sem vento, quando repentinamente as duas velas que iluminavam a Santa se apagaram. Silvana da Rocha, teve a intenção de acendê-las novamente, mas nem precisou tentar. As velas acenderam por si mesmas.

Em meados de 1850, um escravo de nome Zacarias, era conduzio preso por grossas correntes. Ao passar pela igreja onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora Aparecida pediu permissão para rezar. Dada a permissão, o escravo se ajoelhou e rezou. Durante a oração, as correntes milagrosamente soltaram-se dos seus pulsos.

Visita da Família Imperial

Em 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, Dom Pedro I e sua comitiva visitaram a capela e a imagem de Nossa Senhora. Em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja (ataual Basílica Velha), a inauguração foi no dia 8 de dezembro de 1888. No mesmo ano, no dia 6 de novembro, a princesa Isabel ofertou uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul à Santa. Era o pagamento de uma promessa que ela havia solicitado Nossa Senhora Aparecida em 1868, quando esteve pela primeira vez diante da imagem.

Coroação e Proclamação como Padroeira

No dia 8 de setembro de 1904, na presença do Presidente da República Rodrigues Alves, foi feita a solenidade de coroação da imagem, com o manto anil bordado em ouro e pedrarias.

A vila que se formou ao redor da igreja, no alto do Morro dos Coqueiros, cresceu. No dia 17 de dezembro de 1928, foi elevada à condição de cidade, com o nome de Aparecida.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI, sendo coroada. Pela Lei nº 6.802 de 30 de junho de 1.980, foi decretado oficialmente feriado no dia 12 de outubro, dedicando este dia a devoção. Também nesta Lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.

A imagem




Como a Imagem ficou após o atentado

 

A imagem retirada das águas do rio Paraíba em 1717, é de terracota e mede quarenta centímetros de altura. Em estilo seiscentista, como atestado por diversos especialistas que a analisaram. Acredita-se que originalmente apresentaria uma policromia, como era costume à época, embora não haja documentação que o comprove. A utilizada para a confecção da imagem é oriunda da região de Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Quando foi recolhida pelos pescadores, o corpo estava separado da cabeça e, muito provavelmente, sem a policromia original, devido ao período em que esteve submersa nas águas do rio.

A cor de canela com que se apresenta hoje deve-se à exposição durante anos à fuligem produzida pelas chamas das velas, lamparinas e candeeiros, acesas pelos seus devotos.

Não é possível determinar o autor ou a data da confecção da imagem.Através de estudos comparativos concluiu-se que ela pode ser atribuída a um discípulo do monge beneditino frei Agostinho da Piedade, ou, segundo Silva-Nigra e Lachenmayer, a um do seu irmão de Ordem, frei Agostinho de Jesus. As características comparadas com outras obras são: forma sorridente dos lábios; queixo encastoado, tendo ao centro, uma covinha; penteado de flores nos cabelos em relevo; broche de três pérolas na testa e porte corporal empinado para trás.

O atentado de 1978

Maria Helena é a única pessoa que pode tocar na Imagem.
Uma vez por ano ela faz a limpeza da Santa

Em 1978, a imagem sofreu um atentado. Rogério de Oliveira, um jovem de 19 anos e com problemas mentais, agarrou a Santa e saiu correndo. Ele tropeçou e caiu sobre a Santa. A imagem quebrou e foi reduzida a quase duzentos fragmentos. A artista plástica e restauradora Maria Helena Chartuni trabalhou durante 33 dias para reconstruir a imagem. A maior dificuldade, segundo ela relata, foi a cabeça.