PDT um partido com direito a vaga na Câmara e sem suplente

Um carro passa em alta velocidade pelo centro da cidade. É preciso alcançar o outro veículo a tempo. São 12 horas, é o dia 7 de outubro, último dia do prazo para a filiação partidária.

Dentro da S-10 preta que trafega em alta velocidade, está Donato Miranda, o Careca. No veículo que ele precisa alcançar a qualquer custo está um suplente de vereador do PDT. Já na rua Teixeira de Freitas, próximo ao antigo balneário, o diligente emissário do Prefeito e do secretário de Administração Almir Júnior consegue abordar o tal suplente. Trata-se do empresário Airton Lima, senhor pacato e de muitas amizades, liderança no bairro da Areia. Careca fala em nome do prefeito Lisboa. O alcaide precisa que Airton Lima assine uns documentos de partido. “Seu” Airton, homem daquele tempo em que se fazia negócios confiado na palavra dos homens, assina. Pronto, estava concluído o plano.

Vereador Nezinho Moura

O vereador Nezinho Moura negociou a mudança de partido. Decidiu sair do PDT para o PSDB. Ciente de que o ato implica na perda do mandato, se constetado na Justiça, foi acalmado pelo Prefeito: – É fácil, basta tirarmos do partido, os suplentes.

Três nomes precisavam ser movidos para fora da legenda: o ex-vereador Jonas Medeiros (722 votos na última eleição), o servidor público municipal Deusimar Viana Barros (25 votos) e Airton de Souza Lima ( 567 votos). Assim foi feito. Na véspera, dia 6, Jonas havia assinado sua filiação no PSDB. O outro suplente, Deusimar, havia assinado dia 4 no PPS.

Quem vai brigar pela vaga?

Hoje o PDT, partido que integra ativamente o Movimento Alternativo Bacabalense, tem o direito de brigar por uma vaga na Câmara. É importante do ponto de vista político, já que o PDT quer se firmar como um partido de oposição. Mas brigar para quem assumir? Além disso, existe o entendimento entre os partidos no Maranhão, de que não devem questionar mandatos. Os suplentes é que devem manifestar o interesse.

Ex-suplentes do PDT. Deusimar é servidor público. Jonas vê um bom futuro pela frente. Airton Lima não sabe o que assinou.

A situação não é difícil. Basta que algum dos excluídos retorne para o partido. As circunstâncias atuais mostram que apenas Airton Lima poderá retornar. Quando assinou, sem saber, sua desfiliação do PDT, ele não assinou nenhuma filiação. Hoje está sem partido. Os outros dois suplentes tem outros interesses. Deusimar, como é servidor municipal, não há de querer desgostar a cúpula que administra a cidade. O ex-vereador Jonas Medeiros, se voltar para o PDT perderá o direito de ser candidato na próxima eleição. Como ele acredita que pode se eleger, deve continuar nas hostes do PSDB.