A Comissão de Direitos Humanos e
Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados protocolou nesta quinta-feira (17),
junto à direção da Polícia Federal, em Brasília, requerimento solicitando a
instauração de inquérito policial “para investigação federal do assassinato do
jornalista maranhense Décio Sá”.
O presidente da Comissão,
deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), justificou o pedido com base no
resultado da diligência que a CDHM fez na semana passada á São Luís (MA).
No requerimento o deputado
reforça o papel da comissão – o que explica o porquê do interesse daquele setor
da Câmara Federal em acompanhar o trabalho de investigação do assassinato do
jornalista maranhense; cita o que já foi feito pela CDHM; e comenta o estágio
das investigações no Maranhão, o que preocupou os deputados que passaram dois
dias no Estado, reforçando o pedido de federalização das investigações.
O que foi feito
De acordo com o deputado Domingos Dutra, ao tomar
conhecimento do bárbaro assassinato do jornalista Décio Sá, no dia 23 de abril
passado e ter sido provocada a acompanhar o caso, a CDHM “para dar cumprimento
a sua missão constitucional e regimental” instaurou vários procedimento para
acompanhar a apuração dos fatos.
A Comissão encaminhou dois
ofícios (Ofícios nº 173 e 174), dia 24 de abril – ao secretário de Segurança
Pública do Estado do Maranhão, Aluísio Mendes, e à Procuradora-Geral de Justiça
daquele Estado, Fátima Travassos, informando que a decisão da Comissão em
acompanhar o caso e solicitando informações acerca das medidas adotadas pelos
órgãos para apuração do ocorrido.
A CDHM também expediu uma nota
oficial, dia 24, contestando o assassinato e a pistolagem no Maranhão; aprovou,
dia 08 de maio, o Requerimento nº 101, de autoria do próprio presidente da
comissão para realização de diligência ao Maranhão; e realizou a referida
diligência, com a participação dos deputados Domingos Dutra (PT/MA), Severino
Ninho (PSB/PE) e deputada Erika Kokay (PT/DF), que cumpriram uma extensa agenda
de audiências com autoridades do Estado e representantes de organizações da
sociedade civil.
O que a Comissão constatou
Deputados Dutra (PT/MA) e Severinho Ninho (PSB/PE) com o jornalista Luis Cardoso, amigo de Décio e uma das últimas pessoas a falar com ele antes do crime. |
Os deputados afirmam que mesmo
diante da gravidade do fato e da repercussão nacional e internacional do crime,
“o inquérito policial tramita em um estranho e absoluto segredo decretado
pelas autoridades do sistema de segurança e até o momento está sem conclusão”.
E citam que a Secretaria de
Segurança Pública do Estado não requisitou a cooperação ou auxilio de
organismos federais com jurisdição na capital do Estado como a Policia
Rodoviária Federal (PRF), Capitania dos Portos, Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC) e Infraero para monitorar todas as rotas de fugas dos executores
por vias terrestre, marítima e aérea, providências elementares.
“Da mesma forma, a cooperação
técnica e humana da Policia Federal tem sido pontual e residual, sendo
desprezada a experiência profissional e o aparelhamento técnico desta
respeitável instituição de investigação”, diz Domingos Dutra no requerimento à
PF.
Comissão cobra o retrato
falado
A CMDH estranha, ainda, que passados 24 dias, o retrato
falado do executor ainda não foi divulgado. “A falta do retrato falado
despotencializa a identificação do executor, já que impossibilita a utilização
da imagem nos programas televisivos de grande audiência que tem contribuído
para identificar matadores de aluguel em vários estados do Brasil”, diz o
requerimento.
Os parlamentares também ressaltam
que os ofícios expedidos pela Comissão ao Secretario de Segurança Pública do
Estado e à Procuradora Geral do Ministério Público Estadual “até o momento não
foram respondidos” e que durante a diligência realizada na capital maranhense
as autoridades do Sistema de Segurança foram os únicos a não receberem os
parlamentares, “evidenciando ausência de transparência e disposição desses
órgãos de recusarem qualquer tipo de contribuição ou cooperação no processo de
elucidação desta execução”.
O Deputado Domingos Dutra
reafirma no documento entregue à PF que a barbaridade desse crime exige que as
investigações sejam rápidas e transparentes. “Há que serem acompanhadas pelos
Ministérios Públicos Federais e Estaduais e pela Polícia Federal a fim de
garantir isenção, evitar queima de arquivos ou métodos que desvie as
responsabilidades dos principais executores e mandantes do crime, prejudicando
o Estado democrático de direito, acrescentou o parlamentar.
é muito estranho que o caso continue em sigilo, tal que nem as autoridades federais não possam saber o que esta acontecendo. Depois disso, o Aluisio é secretario de segurança publica. portanto precisa dar satisfação e respeitar as autoridades constituidas do brasil.
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