Do: Congresso em Foco
Carlinhos Cachoeira Foto: Roosevelt Pinheiro /ABr |
O atraso aconteceu por conta de uma discussão jurídica iniciada na cidade goiana de Valparaíso, no entorno do Distrito Federal. Desde o início, houve um grande cuidado dos policiais, procuradores e juízes responsáveis pelas investigações e pelo processo quanto ao envolvimento que se constatou de políticos e outras autoridades com foro privilegiado. Os autos mostram que esses políticos e autoridades não estavam especialmente envolvidos com o foco inicial da investigação, que era a exploração ilegal de jogos de azar por parte da quadrilha de Cachoeira. Seu envolvimento supostamente acontecia em outros atos, como fraudes em licitações e tráfico de influência. Já em 2007, os responsáveis pela investigação esbarraram pela primeira vez em políticos, na Operação Vegas. O cuidado que se tomou foi separar todos os grampos e demais constatações que envolviam autoridades com foro privilegiado do inquérito principal, e não se aprofundar sobre eles, para não haver risco de invalidação das provas. Tais informações seriam remetidas ao procurador-geral da República para o envio aos foros adequados. Como de fato se fez: Roberto Gurgel tinha conhecimento, por exemplo, das informações sobre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) desde 2009.
A intenção inicial dos delegados da Polícia Federal era que a Operação Monte Carlo fosse deflagrada no dia 23 de março de 2011. Em 16 de março do ano passado, a PF pediu a prisão de Cachoeira, de seus principais operadores – Lenine Araújo, José Olímpio Queiroga, Idalberto Matias de Araújo (o araponga conhecido como Dadá) e Gleyb Ferreira – e de policiais que recebiam propinas para garantir a “segurança” da jogatina na região do entorno de Brasília em vez de fechar os pontos de máquinas caça-níqueis.
Os autos do processo mostram que o juiz José Augusto de Melo Silva, da 1ª Vara Criminal de Valparaíso, cidade goiana próxima do Distirto Federal, se preparava para decretar a prisão da quadrilha, mas teve que recuar a contragosto. “A corrupção tomou conta de quase toda a força pública policial na cidade de Valparaíso, não sendo demais se dizer que grande parte dos policiais ali lotados fazem parte de uma força policial particular”, escreveu o juiz, em despacho, naquela ocasião.
Anular investigação
Apesar disso, o magistrado, que acompanhava a investigação desde 2010, teve que remeter todos os autos para a Justiça Federal de Goiânia, fazendo o caso quase começar do zero. Por quê? Por que o Ministério Público da cidade fez um parecer sobre o pedido de prisão da PF no qual diz que o caso não deveria correr na cidade pelo simples fato de haver grampos telefônicos que mostravam a participação de um policial rodoviário federal no esquema. Para os procuradores, isso fazia com que o caso tivesse de ser remetido para a Justiça Federal. José de Melo Silva discordou, mas, mesmo assim, fez o que os procuradores queriam. O juiz temeu que, caso não seguisse a orientação dos procuradores, no futuro os advogados de Cachoeira usassem o parecer para anular toda a investigação policial.
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Carlinhos cachoeira devia era ser Presidente. Ninguem tinha oi tem mais influencia nesse pais que Cachoeira. Daqui uns dias tá solto. Até aqui só pegaram as piabas. Quando começar apontar para os tubarões ai mandam soltar Carlinhos. O homem pode.
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