Chega de intermediários, vote
Cachoeira
Feliz com o julgamento do Mensalão? Pois a CPI
do Cachoeira, que investiga a movimentação ilegal de R$ 30 bilhões pelo
bicheiro e sua turma, parou: como disse o presidente da CPI, até o primeiro
turno da eleição não há como fazer com que parlamentares apareçam lá para
trabalhar. Ele é otimista: depois de 7 de outubro, dia do primeiro turno, há
cidades com segundo turno, há composições em torno dos eleitos, coisas de
interesse deles a fazer com o nosso dinheiro. Aí entra a temporada de férias e
festas de fim de ano. O ano que vem (após a Semana Santa, claro) é outro ano,
com outros temas. O objetivo maior da CPI já foi atingido: criar problemas para
o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo. E a Construtora Delta? Esqueça:
Delta é apenas a quarta letra do alfabeto grego.
E, saiba o caro leitor, é preciso reconhecer o talento de Cachoeira. Indicou
secretários, presidente de autarquia, botou a irmã de seu operador num
carguinho legal - fora isso, nomeou muito mais gente para empregos menos
cotados. Interferiu em concorrências, aliou-se a uma grande construtora,
espalhou-se por Tocantins, Goiás, Brasília, tinha sob controle, trabalhando
para ele, até um promotor daqueles bravos, metido a honesto, denunciando os
malfeitos dos outros.
Amasiou-se por dois anos com a mulher de um amigo. Quando o amigo soube, foi
buscar consolo com quem? Com Cachoeira. E, ao que se comenta, mesmo preso
Cachoeira já recompôs seu esquema operacional.
Quando ele for solto, esqueça os intermediários: vote no Cachoeira.
Cascata de dinheiro
O PSDB preparou relatório com base no que foi apurado até agora na CPI do
Cachoeira. O empresário zoológico e seus parceiros movimentaram pelo menos R$
29 bilhões em dez anos, sendo uns R$ 24 bilhões nos últimos quatro anos. A
Polícia Federal avalia os bens dos investigados na CPI em R$ 167 milhões: são
21 empresas. 74 terrenos, 58 apartamentos, 36 fazendas, 3.400 bois, 32 motos,
18 prédios, 13 casas, quatro caminhões, 51 carros (entre eles, quatro Porsche).
O feroz acusador
Demóstenes Torres, o senador do DEM cassado por falta de decoro, voltou para
seu posto no Ministério Público de Goiás. Há procuradores que se sentem
constrangidos por tê-lo nos quadros da instituição. O corregedor-geral do MP
goiano é Aylton Vecchi, que foi chefe de Gabinete de Demóstenes quando ele
dirigiu a instituição. E quem dirige o Ministério Público é Benedito Torres,
irmão de Demóstenes Torres.
Os dois andaram brigados, mas fizeram as pazes.
Quando acerta, erra
Americano vive errando o nome de nossa capital (muitos ainda acham que é Buenos
Aires), a língua que falamos aqui (muitos estão convencidos de que é espanhol).
Mas, às vezes, o erro nem está tão errado assim: a secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, encaminhou mensagem de parabéns ao Brasil pelo Dia
da Independência e, no meio, referiu-se às multidões que acompanhavam as
evoluções da Quadrilha da Fumaça. Logo depois, Hillary Clinton corrigiu a
mensagem, referindo-se corretamente à gloriosa Esquadrilha da Fumaça. Mas, de
uma ou outra forma, sua frase fazia sentido: neste momento, no Brasil, há mais
gente interessada nas evoluções da Quadrilha do que da Esquadrilha.
Lixo no mar
Sabe toda aquela propaganda do Governo Federal e da Petrobras sobre
sustentabilidade, gestão ambiental, edifícios com certificação verde, etc.?
Agora, a verdade, sem marqueteiro, sem propaganda: a Polícia Federal descobriu
que a Petrobras despeja poluentes no mar, constantemente. O petróleo extraído
dos poços submarinos vem misturado com água; a água é separada e, em países civilizados,
armazenada para tratamento. Aqui é jogada ao mar, com resíduos de petróleo (que
já são assassinos da vida marinha), restos de graxa, metais venenosos como
bário,cádmio,cobre, substâncias radiativas. Há como purificar a água e a
Petrobras tem, ao menos em Cabiúnas, uma estação antiga; mas está desativada há
mais de cinco anos.
É crime; e o delegado Fábio Scliar, da Divisão de Crimes Ambientais do Rio,
encaminhou a denúncia ao Ministério Público Federal.
Ajuste fino
Aperta daqui, ajeita dali, e o Governo Federal vai apresentar as contas
públicas como se estivessem certinhas. Não estão: para acertar o superávit
primário (diferença entre o que se arrecada e o que se gasta, exceto juros, e
que é usado para amortizar a dívida), determinou que a Caixa Econômica Federal
e o BNDES transfiram ao Tesouro cerca de R$ 4,5 bilhões, a título de resgate
antecipado de títulos que vão vencer no futuro. Com isso a arrecadação do
Governo parece aumentar, embora às custas da poupança futura. Assim fica mais
fácil, né?
Família que recebe unida
Lembra que a esposa do governador petista baiano Jaques Wagner, Fátima
Mendonça, embora seja presidente, no Executivo, das Voluntárias Sociais, recebe
R$ 15 mil mensais do Tribunal de Justiça?
Pois é: seus irmãos também se colocaram na folha do Estado. Francisco José
Carneiro de Mendonça ganha seus R$ 20 mil mensais, e Maria das Mercês Carneiro
de Mendonça, R$ 23 mil.
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