"O Evangelho da Mulher de Jesus" | Blog do Louremar

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

"O Evangelho da Mulher de Jesus"


A polêmica da semana é um papiro que mede 8 cm de largura por 4 cm de comprimento, escrito em copta o texto mostra Jesus usando a expressão “minha mulher”. Copta é um idioma descendente da língua dos faraós. Era falado pelos egípcios no período do Império Romano.

O papiro não tem procedência exata e chegou à público pelas mãos da pesquisa Karen King, especialista em cristianismo antigo da Escola de Teologia de Harvard. O documento pertence a um colecionador de antiguidades que o deu a King para ajudar a decifrar o texto.

King apelidou o papiro de “Evangelho da Mulher de Jesus”. Ela pediu a ajuda de outros especialistas em papiro e na língua copta para decifrar o texto.e o resultado da sua pesquisa inicial foi apresentado na semana passada em Roma, durante uma reunião de estudiosos da língua Copta.

A historiadora disse que o papiro não apresenta informações confiáveis sobre a figura histórica de Cristo. O texto mostra  o intenso debate sobre os prós e contras do sexo e do casamento nos primeiros séculos do cristianismo. A polêmica ainda é debatida em temas como o celibato dos padres ou a ordenação de mulheres.

Os fragmentos dizem, entre outras coisas, "Maria [Madalena?] é digna disso" e, logo depois da menção a "minha esposa", "ela será capaz de ser minha discípula" e "eu habito com ela".

Editoria de Arte/Folhapress


A polêmica

O trabalho foi publicado na revista especializada “The Harvard Theological Review”. Dois dos especialistas que revisaram o artigo chegaram a questionar a autenticidade do material. Especialistas em papiros afirmaram que o padrão de manchas e fibras marcadas por tinta, seria difícil de ser forjado.

Alin Siciu, papirologista da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, disse à agência de notícias Associated Press: “Eu diria que é uma fraude. A caligrafia não parece autêntica”. Outro aspecto questionado foi o aspecto “limpo” do papiro.

O grande consenso entre os especialistas, no entanto, é que o texto, se for autêntico, não diz respeito ao Jesus histórico, por ter sido escrito muito depois da morte de Cristo, "provavelmente no século 3º", diz Chevitarese --a data da composição inicial seria anterior à da cópia preservada parcialmente.

A grande diversidade de visões teológicas nas comunidades cristãs dessa época significa que, enquanto algumas defendiam a supremacia dos homens e o celibato, outras incluíam a participação feminina --e o modelo disso podia ser a proximidade entre Jesus e Maria Madalena.

A pesquisadora de Harvard, cuja seriedade é defendida por todos os especialistas, diz que pretende submeter a tinta do fragmento a análises químicas capazes de determinar a sua idade.

Para o Vaticano, nada muda.

O Vaticano se manifestou através do porta voz da Santa Sé, Frederico Lombardi. Ele disse que “não se sabe bem de onde veio esse papiro” e completou "Mas a aparição dele não muda em nada a posição da Igreja, a qual se fundamenta numa longa tradição. Não muda em nada a visão sobre Cristo ou sobre os Evangelhos. Este acontecimento não tem influência nenhuma sobre a doutrina católica",

O diretor do jornal do Vaticano, "Observatório Romano", Giovanni Maria Vian, diz que "na tradição da Igreja não se conhece nenhuma menção a uma mulher de Jesus. Em todos os textos históricos Jesus aparece solteiro. Neles, o apóstolo Pedro claramente aparece como sendo casado. Por que se ocultaria isso no caso de Jesus?"

Editoria de Arte/Folhapress
Com informações da France Press e Folha.com

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