O prefeito Zé Alberto e a empresa
Consulplan ignoravam a legislação e mantinham em condições precárias trabalhadores contratados para a execução da obra de esgotamento da
cidade.
Doze trabalhadores em condições análogas às de escravo foram resgatados durante uma inspeção realizada pela Procuradoria do Trabalho em Bacabal, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e apoio da Polícia Federal. Eles foram contratados para escavar valas para rede de esgoto na Vila São João, em uma obra de saneamento básico que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II) em Bacabal. Os trabalhadores dormiam em alojamentos precários.
A inspeção ocorreu no mês de junho. Por conta do problema, uma audiência pública deve ser realizada, ainda esta semana, com as empreiteiras envolvidas no caso para resolver a situação extrajudicialmente, com a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
Foto: Divulgação/MPT-MA |
A fiscalização descobriu que muitos trabalhadores vieram de outras
cidades do Maranhão e Pará. Os alojamentos oferecidos a eles apresentavam
problemas graves de infraestrutura e higiene. “Os funcionários bebiam e
utilizavam água sem qualquer tratamento ou filtragem e tomavam banho em
banheiro devassado”, lamentou o procurador do Trabalho, Ítalo Ígo Ferreira
Rodrigues, responsável pela fiscalização, juntamente com o auditor fiscal do
Trabalho, Carlos Henrique da Silveira Oliveira e o técnico administrativo,
Ednardo Mariz Montenegro.
A licitação para as obras de escavação foi vencida pela
construtora Consulplan Consultoria e Planejamento que, por sua vez,
subcontratou duas empresas para a prestação dos serviços (Acapu e Comprecol),
além de um empreiteiro (Valber Costa) – responsável por arregimentar os
trabalhadores.
Foto: Divulgação/MPT-MA |
No alojamento da Comprecol a situação não era muito diferente.
Apesar da água fornecida ser mineral, as irregularidades iam desde a ausência
de registro dos trabalhadores à alimentação deficiente.
O alojamento dos trabalhadores arregimentados pelo
empreiteiro Valber Costa era um casebre em péssimas condições de conservação e
higiene. “Constatamos condições degradantes”, ressaltou o procurador. Não havia
armários individuais, a água era consumida diretamente na torneira, havia muito
lixo e pior: a alimentação era descontada do salário dos empregados.
“Uma folha de caderno com a relação das dívidas de cada trabalhador foi fornecida à equipe de fiscalização. Não tinha papel higiênico, nem local adequado para o preparo das refeições”, lamentou Ítalo Ígo.
Diante das constatações, foi feito o resgate de 12
trabalhadores que estavam submetidos à condições degradantes. A empresa
Consulplan efetuou o pagamento das verbas rescisórias dos resgatados,
totalizando mais de 30 mil reais.
Perfil das vítimas
Ao todo, 23 trabalhadores foram alcançados pela ação. O
fiscal do Trabalho lavrou dez autos de infração. Segundo relatório do MTE, dos
23 funcionários, apenas dois eram brancos. Os demais eram pardos ou negros.
Dois deles eram analfabetos. 11 viviam em Bacabal e 12 vieram de outras regiões
do Maranhão e Pará.
olha meu amigo que na rua que moro eles acabaro com as calçadas das pessoas e agora nos os donos das casas e que vamos paga o conserto?
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