A resistência militar contra o golpe de 1964 | Blog do Louremar

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A resistência militar contra o golpe de 1964

Da: Carta Capital

Cerca de 7,5 mil membros das Forças Armadas e bombeiros foram 
presos e torturados pelo regime militar

Francisco Paz  Foto: Agência Alesp
Depois da queda de João Goulart, Francisco Jesus da Paz e outros cabos do Exército ficaram de prontidão por 15 dias, um período muito superior aos dois dias que costumavam ficar. Enquanto cumpriam ordens, aguardavam orientações de Brasília sobre como deveria ser a reação aos golpistas. “Havia um esquema militar no governo Jango, e nós fazíamos parte desse grupo de resistência. Ficamos esperando a orientação para reagir ao golpe. Mas ela nunca veio”, lembra Paz, 74 anos, que foi para a reforma como tenente.

Paz fazia parte de uma corrente de militares que apoiava Jango e via nas reformas de base um importante caminho para o Brasil. Diferentemente do grupo que se opunha ao que classificava como “viés comunista” dos discursos de Jango, os militares de resistência – como era Paz – mantinham uma posição nacionalista e lutavam por maiores direitos para os militares, como o de patentes mais baixas poderem votar. Esperando o golpe contra Jango, eles se preparavam para dar um contragolpe, mas acabaram ficando sem ação de comando. “Chegamos ao ponto de, em um dado momento, o movimento de resistência ter armamento, tropas, tanques, mas não comandantes”, conta.
Assim como São Paulo (base do II Exército, pelo qual Paz servia no 1º de abril de 1964), também seriam focos de resistência a sede do III Exército (Rio Grande do Sul) e a sede do I Exército (Rio de Janeiro), que mantinha boa parte do contingente e arsenal do Exército e da Marinha. Nunca houve contragolpe, mas os adeptos a ele sofreram muito.

Um comentário:

  1. Renato de Carvalho Peixoto Filho20 fevereiro, 2014 11:37

    Eu gosto de ler muito sobre o Golpe de 64 e suas consequências para o nosso país, mas sinceramente não conhecia esse lado "obscuro" sobre perseguições contra militares que não eram a favor do Golpe.
    Sou neto de general do Exército Brasileiro (já falecido) e desde cedo me interesso sobre assuntos militares, relatos de guerras, campanhas, batalhas e estratégias. Sempre procuro ter uma visão imparcial dos fatos, lendo relatos tanto do lado dos vencedores quanto dos vencidos.
    Apesar de ser descendente de militar, desde que me entendo por gente acredito firmemente que o Golpe de 64 foi um erro grave cometido pelos que controlavam a maior parte das nossas Forças Armadas, derrubando um governo democraticamente eleito pelo povo e estabelecendo um regime de exceção que descambou depois para a ditadura. É um capítulo negro na história do nosso país e como tal devemos sempre estudá-lo e conhecê-lo, porque um povo que não conhece seu passado estará sempre fadado a cometer os mesmos erros.
    Muito obrigado por postar esta notícia em seu blog, Louremar.

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