sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Eu sou Nós
Por: Benedito Saraiva Filho
Eu vi o oleoduto vazado
Poluindo os rios
Matando os peixes
E de fome matando
Pais, mães e filhos.
Andei mais um pouco e
E vi o órfão, a criança nua
O menino de rua
Marginalizado.
Vi as vítimas dos terremotos
Pernas e braços quebrados
Pessoas morrendo
Pessoas chorando.
Vi homens botando armas nas mãos
De crianças, mulheres e anciões.
Vi homens que morreram
Para salvar vidas
Vi outros que viveram
Para tirar vidas.
Vi a fome no mundo
Crianças em pele e osso
Olhei o fundo do poço
E não vi água, nem uma gota
Lá no fundo, uma rã morta.
Vi muita água em outros lugares
Água demais, muita água.
Acabando com as plantações
Expulsando e matando.
Transformando em mares
Os rios, riachos e ribeirões.
Vi a seca, e com ela a fome.
Animais magros, mortos
Carniceiros vivos, gordos...
Pessoas morrendo
Ou da seca fugindo.
O sol me fadigou e adormeci.
Quando acordei
Estava deitado sobre a relva
Sob a sombra de uma arvore.
Ouvi o barulho de uma cascata
De pássaros cantando
Crianças sorrindo...
Vi também animais pastando
O poço mão estava seco
Ou muito menos secando
Havia muita água,
Quase transbordando.
Os rios estavam estáveis,
Tranqüilos, agradáveis.
Não vi a fome matando
Vi pessoas cantando, plantando.
Colhendo, comendo.
Não vi o menor abandonado
Ele estava sendo adotado.
Um barulho me acordou
Era uma criança chorando
Adormeci com sol da seca
E acabei sonhando.
Volta à triste realidade
Á triste realidade de novo
Eu sou nós.
Sou cada um da sociedade
Sou a sociedade, o país
A humanidade, o povo.
E eu parado pensando
Com medo de lutar
Fazer algo para ajudar ou evitar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário, fique à vontade para criticar e sugerior. Denúncias podem ser enviadas para louremar@bol.com.br ou louremar@msn.com