Caso Mayane: mãe da criança passa de vítima a assassina

O caso da menina Mayane, foi denunciado pela primeira vez pela equipe da TV Mearim. Foram os profissionais da emissora que filmaram a criança nos braços da mãe, na sala de espera do pronto-socorro que funciona provisoriamente no hospital Laura Vasconcelos. Se é que se pode chamar de provisório algo que já perdura há mais de dois anos.

O fato é que depois da denúncia na TV Mearim e das imagens que chocaram todos aqueles que viram as cenas, a criança foi levada para São Luis, internada no Socorrão II e terminou por falecer. A causa mortis é Pneumonia.

Margarete Silva Costa, mãe da criança fez a denúncia. O caso repercutiu nacionalmente através da internet e da televisão. Ciente de que a Justiça precisava se pronunciar, o juiz Roberto de Paula determinou a instauração de um inquérito policial.

O que ninguém esperava é que de vítima, a senhora Margarete passasse a acusada do assassinato da própria filha.

A denúncia foi apresentada ontem no programa Roda Viva, da TV Difusora. Em uma entrevista a senhora Maria do Socorro Barros fez a denúncia. Ela é a sogra de Margarete. Primeiro, Maria do Socorro deixa claro o quanto ela e a nora não se entendiam. Ficaram “intrigadas” por diversas vezes. Depois ela diz que Margarete oferecia maus tratos aos filhos. E por último ela diz que Margarete teria dito para alguém, que disse para outro alguém, que disse para Maria do Socorro que ela teria desligado os aparelhos que mantinham a pequena Mayane viva.

O argumento para tal comportamento, segundo Maria do Socorro, seria ciúmes. Ela diz que Margarete ficou sabendo que o marido a tinha traído com uma moça. E que Margarete tentou, do hospital, ligar para o marido. Como ele não tenha atendido, cometeu o ato. Na matéria, a pessoa que acusa diretamente Margarete é justamente a moça que teria sido apontada amante do pai da menina.

O fato é grave. Beira a inverossimilhança. O clima de rancor entre familiares pode ter desencadeado a denúncia, mas que foi bem aproveitada para desmoralizar a senhora Margarete que ousou denunciar o mau atendimento no pronto-socorro de Bacabal. A denúncia foi dita à delegada Clenir Reis durante o inquérito. Mas ela diz que preferiu deixar para o Ministério Público apurar.

O que não fica claro é o fato de médicos ou enfermeiros do Socorrão II não terem percebido que essa criança faleceu dessa maneira. Ou será que ninguém estranhou ter encontrado os tais aparelhos desligados? Ou será ainda que Margarete, uma pessoa sem nenhum conhecimento técnico, desligou o equipamento, esperou a filha falecer e ligou novamente?