O panorama político e a visita da Comissão de Saúde

Diante de tanta inércia em torno dos problemas do povo, pelos menos a visita dos deputados serviu para dar uma sacudida e os políticos que administram a cidade lembraram que não estão sozinhos no mundo.

Nos tempos idos Bacabal era como toda e qualquer cidade do mundo. Tinha um grupo que administrava e um grupo que fazia oposição. Mas depois, aqueles que faziam oposição foram revendo seus conceitos. Bete Lago, famoso oposicionista do MDB, depois PMDB, terminou no final da sua vida pública se juntando ao grupo do senador João Alberto. Foi o final da sua carreira política.

Taugi nasceu de uma insatisfação com a administração de Zé Vieira e seu vice Lisboa. Liderou passeatas ao lado de todos aqueles que hoje assessoram Lisboa. Anos depois Taugi ponderou que seria mais fácil chegar ao poder aceitando ser vice-prefeita na chapa de Lisboa.

Não mudaram as pessoas. As pessoas é que mudaram. E passou-se a não ter mais grupo de oposição. O deputado federal Zé Vieira, após ser derrotado por Lisboa/Taugi, ainda ensaiou uns passos como oposição. Depois quieto ficou. Hoje calado está.

Isso levou o prefeito Lisboa e seu grupo à falsa impressão de que está tudo bem. Não está. Aqueles assessores que o blindam contra a opinião popular sabem. Eles dizem uma coisa para o Prefeito e outra diferente nos senadinhos. Sabem o quanto a administração Lisboa/Taugi é condenada em todos os setores pela população.

A visita da Comissão de Saúde, convocada pelo deputado estadual Carlinhos Florêncio para fiscalizar o setor em Bacabal, deu um chá de realidade no pessoal. De um grupo se extrai o diálogo:

- Quem são esses deputados que ousam se preocupar com Bacabal?

- E pode?

- O Prefeito disse que não pode. Que aqui quem manda é ele.

- Eu também acho, quem fiscaliza é vereador e esses já estão conformados.

- É. Mas a verba que vem pra saúde é federal. Qualquer um pode fiscalizar.

- Deputado também é feito pra isso, pra fiscalizar

- Mas justo a saúde?

- É. Devem estar querendo aparecer.

Se tivessem administrado as verbas milionárias, os deputados seriam ofuscados por ações. Não se atreveriam a ‘aparecer’ vindo a Bacabal. Não haveria motivo para tanto medo.