Oposição no Maranhão segue a confundir desejo pessoal com realidade | Blog do Louremar

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Oposição no Maranhão segue a confundir desejo pessoal com realidade

Do: blog do Kenard

Hoje recebi alguns comentários esdrúxulos. Davam conta: Roseana Sarney (PMDB) ficará no governo até o fim do mandato. Motivo: sabe que perderia a eleição para o Senado em 2014.

Quando digo que a oposição no Maranhão é burra, tratam logo de dizer que sou governista. Outra burrice, claro. Eu simplesmente não faço coro com a idiotia oposicionista reinante há 48 anos no Estado. A primeira exigência, no meu entender, para fazer uma oposição real e produtiva é não confundir o desejo pessoal com a realidade. O oposicionista maranhense faz lembrar aqueles velhos comunistas que a cada segunda-feira proclamavam o fim do capitalismo na terça-feira. Só que todas as terças-feiras vieram e o comunismo é que caiu. Tudo não passa de chute, de confundir o desejo com a realidade. Mais grave: os velhos comunistas (conheci pessoalmente alguns, entre eles Prestes) não tinham lido os livros essenciais ou tinham feito leituras toscas. Tratava-se, digamos a verdade, do marxismo bananeira.

Só alguém absolutamente idiota, ou que se passa por idiota para ganhar algumas migalhas da oposição, acredita a sério que Roseana Sarney não tem votos. Pior: que com o auxílio luxuoso do poder perde a eleição para o Senado. Respondam-me: isso ajuda a oposição em quê? Sim, em nada. Respondi e até já estou com vergonha.

Os mesmo gênios que escrevem que Roseana Sarney não tem voto e, com o apoio da estrutura da máquina, perde para o Senado, são os que dizem que Luís Fernando é uma péssima escolha para disputar o governo.
Vou relembrar a disputa de 2002. O Maranhão que pensa sabe que em 2000 Jackson Lago  (PDT) se aliou ao grupo de Roseana Sarney (não ao grupo de Sarney, reparem a diferença que ela existe). O acordo era o seguinte: Jackson Lago teria o apoio do grupo para se reeleger prefeito de São Luís, o que se concretizou, e seria o candidato a governador em 2002. Roseana Sarney seria candidata a presidente da República. Assim foi feito, até que surgiu o escândalo da Lunus.

Jackson Lago, que era craque em fazer análise política equivocada, achou que o fim da candidatura de Roseana Sarney também seria o fim do grupo no Maranhão. Oh, pobreza mental! Então Jackson Lago, que vinha fazendo contorcionismo político para provar que não havia oligarquia e que tudo não passara de um equívoco, voltou a falar em oligarquia (sei de histórias mais graves e hilárias, mas isso fica para outro momento).

O diabo é que, mesmo com o caso Lunus, Roseana Sarney e seu grupo estavam dispostos a cumprir o 
acordo, ou seja: Jackson Lago seria o candidato a governador do grupo. Não seria José Reinaldo Tavares, opção preferencial de Sarney. Com a análise equivocada de Lago, tudo foi jogado na cesta de lixo.

Bom, o que quero dizer é o seguinte: José Reinaldo Tavares virou, então, o candidato a governador. Udes Cruz, jornalista amigo que já não está mais vivo, perguntou-me se faria uma entrevista com Tavares. Disse que sim, claro. Virou uma entrevista de página inteira. Logo depois, Udes, que estava afastado de Walter Rodrigues, que também já morreu, me ligou. Queria saber se eu poderia fazer a ponte com Rodrigues. Fiz. A entrevista de Walter, bem mais curta, foi uma bomba e prenunciou o rompimento de Tavares com o seu grupo político, o que só viria a ocorrer em 2004.

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