Manifestação em Bacabal: interesse eleitoral de forma eleitoreira | Blog do Louremar

domingo, 23 de março de 2014

Manifestação em Bacabal: interesse eleitoral de forma eleitoreira

"Atrás de mim virá, quem de mim bom fará!"

Repetidamente temos publicado neste blog os desmantelos dos administradores de Bacabal. Foi assim com o prefeito Raimundo Lisboa e está sendo assim com o prefeito José Alberto Veloso.
O fiasco que Zé Alberto seria foi diagnosticado por este Blog logo depois da eleição. Não precisamos de muito tempo para perceber o nível de comprometimento do ex-vaqueiro. E cobramos. Basta que o leitor revisite duas publicações produzidas no mês seguinte à eleição. Veja aqui e aqui.
Enquanto muita gente ainda batia palmas, enebriados pela disputa eleitoral, procurávamos alertar diante de uma visão crítica. Não há arrependimento da nossa parte. Infelizmente. Tudo se confirmou conforme antevimos naquele momento.
A Administração de Zé Alberto chega hoje num nível de insatisfação insustentável. Vários colaboradores já deixaram a equipe ao perceberem que não há gestão, na essência da palavra.  O que há é uma busca pela sobrevivência, tocando-se o barco, um pouco a cada dia. Muitos outros colaboradores se preparam para deixar o séquito do Prefeito. O clima é de final de governo.
O prefeito Zé Alberto, contrariando milhares de eleitores que confiaram na sua promessa de mudança, utiliza das mesmas práticas que condenava em palanque. Conta para isso com uma boa parte dos mesmos auxiliares que desauxiliaram Raimundo Lisboa. Zé Alberto tem um diferencial: a família está junto dele. São os familiares que auxiliam bastante no mister de avacalhar com a Administração. Está bem aí o médico Hidalgo Leda, uma das vítimas da sede de poder. Mas isso é outra história.

O fato é que a insatisfação é plena em todos os setores da sociedade. Foi apostando nisso que programou-se para a quarta-feira (19) uma manifestação pelas ruas da cidade. Era preciso protestar, decidiu-se.
Mas quem decidiu? Quem programou?
Durante mais de uma semana fervilharam banners e convocações nas redes sociais, chamadas nos veículos de comunicação. Carros de som foram usados para chamar o povo. Veículos foram postos à disposição do povo da zona rural. Seria a maior concentração da história da cidade. Seria. 
Mas peraí! Se havia carros de som. Se havia veículos para conduzir o povo. Então havia alguém gastando dinheiro. Seria apenas pelo prazer de exercer a cidadania protestando contra as mazelas do povo?  Não.
Havia um interesse político-eleitoral por trás da história. Se houvesse apenas o interesse político não haveria problema, já que estariam protestando por uma melhor política gerencial para a cidade. Mas o interesse político-eleitoral se apresentou na sua forma mais deplorável, a eleitoreira.
Formou-se um verdadeiro consórcio
Raimundo Lisboa, preocupado em sair do ostracismo em que vive enclausurado na sua mansão da rua Magalhães de Almeida, incentivou como pode o tal protesto. Ao seu lado, o novo parceiro, deputado Carlinhos Florêncio, também acreditou que seria a alavancada para desestabilizar o prefeito Zé Alberto. Guerreiro Júnior, encastelado na sua mansão da Cohab, vislumbrou, como os demais, a chance de se firmar como liderança na cidade.
Às vésperas do Carnaval, Lisboa e Florêncio firmaram uma parceria. 
Lisboa se lançou ao sonho de ser candidato a deputado,  precisa ser visto para ter valor no mundo político. Florêncio, omisso aos problemas da cidade durante todo o seu mandato, busca desesperadamente um palanque para ser visto. Já se dignou até a participar de bloco infantil, coisa que nunca tinha feito. Florêncio vê ainda mais longe, sonha em eleger o vereador Florêncio Neto, seu filho, como prefeito. Começar uma campanha de desestabilização do atual prefeito seria o primeiro passo.
Florêncio, Lisboa e Guerreiro não tencionam gastar muito dinheiro com seus projetos políticos. E qual o meio mais barato de serem vistos? Ora, colando suas imagens à insatisfação popular. Enquanto o povo quer protestar legitimamente, os políticos que não estão no poder lucram com isso. Aí se caracteriza o aspecto eleitoreiro.
Guerreiro Júnior, não se satisfaz mais com a cerimônia do beija-mão, quando aos domingos recebe algumas pseudo-lideranças para lhe afagarem o ego. Busca o nobre desembargador uma forma de se imiscuir na política, agora galgando algum cargo eletivo para si ou para alguém próximo. Todos tem um ponto em comum: o desejo do poder, trabalhado no hiato administrativo em que Zé Alberto jogou Bacabal.
Os tempos são outros



O problema é que os tempos são outros. O povo bacabalense, mesmo extremamente decepcionado não compareceu à tal manifestação.  A internauta Débora Neres, utilizada para posar como organizadora, assumiu em sua página no Face, que o resultado não foi o esperado.
Tanto não foi, que uma manifestação que seria unicamente contra a falta de gestão do atual prefeito, também apresentou protestos contra Raimundo Lisboa. Nada mais justo.
Se hoje a cidade tem problemas na Saúde, não foram criados agora. Lisboa governou durante oito anos e o que fez? Se hoje a cidade está cheia de buracos, não foram cavados na gestão de Zé Alberto, ele paga pela omissão e descaso. Foram os cartazes de protesto contra o ex-prefeito Lisboa que levaram a ex-primeira-dama às lágrimas. Do alto da sacada da sua mansão, sem legitimidade para se apresentar ou para representar o marido, foi vista chorando quando as pessoas lhe apontavam os cartazes.  Falou mais alto o remorso pela má-gestão do marido? Estaria a jovem senhora penalizada em ver que o povo que tão bem acolhe os forasteiros, continua sendo massacrado pelos governantes? 
Essa é a história de um protesto que não se consumou. Os políticos conseguiram mais uma vez matar a vontade popular de se expressar. Só que dessa vez, ao agirem de forma eleitoreira terminaram por prejudicar a si mesmos.
Imaginemos que a manifestação tivesse milhares de pessoas. Cada um deles, em seus canais de televisão, estaria a avocar para si o mérito pela concentração popular. Sobre Débora Neres, diriam: “todos sabem que aquela moça não tem condição de mobilizar esse mundaréu de gente”.  É assim quando a coisa dá certo, a derrota é órfã e a vitória tem muitos pais.
Débora, de azul, em reunião de avaliação na casa de Guerreiro Júnior
E como houve derrota, buscou-se imediatamente um culpado. A própria Débora, decidiram muitas pessoas. Muitos que apostavam num evento bem-sucedido rapidamente passaram a lhe impingir a suposta culpa pelo fiasco. Tolice. No sábado, Guerreiro Júnior recebeu Débora com sua equipe para uma análise sobre o evento.
Devem todos repensar suas formas de agir em relação ao povo de Bacabal. Estamos nos tempos do WhatsApp, onde a informação é disseminada em tempo recorde. Tempo em que não se admite mais a criação de mitos que se alimentam do povo sofrido.
Se Zé Alberto se mostrou um produto de marketing apenas, não se constituindo no administrador que foi vendido para o povo, isso não quer dizer que o povo seja burro e veja em modelos já testados, a salvação para os seus problemas.  O provérbio português Atrás de mim virá, quem de mim bom fará talvez não caiba nos tempos de hoje.

A gestão capenga de Zé Alberto, auxiliado por parte da equipe que herdou de Lisboa e pelos seus próprios familiares, não pode tornar Lisboa, Florêncio, Zé Vieira, Guerreiro Júnior, em alternativa para o povo. São modelos de políticos e pseudo-políticos que não apresentaram até hoje projeto consistente. Se regozijam quando o administrador erra, para poderem vender facilidades para o povo. 

Esse povo sofrido pensa diferente. O cidadão quer protestar para que se resolvam os problemas, quer ver soluções a curto prazo e não apenas engrandecer figurinhas carimbadas que posam de oposicionistas.  O reflexo dessa afirmação está na tal manifestação. 

6 comentários:

  1. Caro Louremar, valeu a pena esperar pelas suas analises. Melhor não poderia vir, e vir senão de uma pessoa altamente inteligente e qualificada e rica em conhecimentos politicos e administrativos os quais vivencia e ja vivenciou. Essa sua postagem passa ao povo tudo aquilo que precisam saber sem subterfúgios e sem denegrir a imagem do homem público que está a frente do executivo municipal até por saber o quanto ele está pagando por aquilo que não se pode chamar de erros e sim de irresponsabilidades do gestor anterior que procurou no final dos seus 8 anos de governo inviabilizar a próxima administração, que teve que cair nas mãos do senhor José Alberto Veloso. Se todos analisassem assim como você o jornalismo não teria tanto descrédito como tem hoje. Parabéns pela postagem muito bem analisada.

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    1. Amigo, preste atencao! Ele deixou bem claro, e corretamente, que os anteriores nao prestao, mas o atual nao quer prestar tambem, por vontade propria, é até pior, pois se os outros mamavam nas tetas a prefeitura, este atual veio cheio de morcegos, esta chupando o pouco leite e o sangue. Se a vaca estava doente, desse jeito jaja ira a obito. Entendeu, seu puxa saco morcego

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  2. Louremar como você consegue facilmente essas fotografias da casa de Guerreiro? Adorei ver a Debora com cara de derrotada disfarçada de feliz. Deve ter pego uma boa chamada dos patrocinadores.

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  3. Parabéns pelo texto, muito bem colocado e totalmente imparcial...

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  4. Gostei muito da análise, principalmente do penúltimo parágrafo.

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