Dilma dormiria ex-presidente se não reagisse a Jobim | Blog do Louremar

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dilma dormiria ex-presidente se não reagisse a Jobim


Ainda na fase de transição de governo, Lula usou dois argumentos para convencer Dilma Rousseff a manter Nelson Jobim no Ministério da Defesa.

1. Disse que havia temas delicados a tratar com os militares. Entre eles a Comissão da Verdade, destinada a passar a limpo a sujeita dos porões da ditadura.

2. Argumentou: de todos os ministros que passaram pela pasta da Defesa desde que foi criada por FHC, Jobim era o mais talhado para o cargo. Sobrava-lhe autoridade.

Embora torcesse o nariz para Jobim, a ex-guerrilheira Dilma assentiu. Sabia que, havendo comando, não há crise em quartel.

Súbito, a língua de Nelson ‘Eu Votei no Serra’ Jobim revelou-se maior do que a boca. Desqualificou duas nomeadas da chefe: Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann.

Pior: na passagem da revista Piauí em que comenta a escolha do petê José Genoíno para sua assessoria, Jobim acomodou-se acima da própria chefe.

"Mas será que ele pode ser útil?", teria perguntado Dilma segundo o relato de Jobim à revista.

Ele conta que respondeu assim: "Presidenta, quem sabe se ele pode ou não ser útil sou eu."

Reza a Constituição que o inquilino do Planalto é “comandante em chefe das Forças Armadas.”

A ser verdadeiro o relato do ministro, embora versado nas letras jurídicas, Jobim considerava-se o chefe da chefa.

Prevalecendo o acinte, Dilma não poderia se queixar se os comandantes militares passassem a sonegar-lhe a continência.

Jobim tentou alterar o resultado do jogo no replay. Disse que suas declarações à 'Piauí' foram retiradas do contexto. Não colou.

O pefelê Antonio Carlos Magalhães, figura execrada por Dilma, gostava de rodar um outro replay, mais condizente com a cena atual.

Governador da Bahia em tempos de ditadura, ACM demitiu um secretário de segurança nomeado pelos militares. Por quê? Desobedecera-lhe uma ordem.

O ministro do Exército tocou o telepone para ACM. Cobrou explicações.

E o morubixaba baiano: “General, hoje, ou eu não dormiria governador ou ele não dormiria secretário.”

Se não reagisse a Nelson Jobim, Dilma Rousseff iria ao encontro com os travesseiros na condição de ex-presidente da República.

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