Que tal blindar os carros da polícia? | Blog do Louremar

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Que tal blindar os carros da polícia?

A situação é a mesma em todos os Estados da Federação. O tema ‘segurança’ so é lembrado nos discursos de campanha eleitoral. Afinal é preciso transmitir ao eleitor a sensação de que votando nesse ou naquele candidato, ele terá uma vida tranquila. Entorpecidos pelo clima criado por marqueteiros, pelos jingles e pela disputa em si, o eleitor pouco usa a razão para escolher. Depois da eleição a realidade vem à tona. Veja o artigo do jornalista Ricardo Setti:

blindagens ficaram mais leves e mais baratas, e protegem mesmo carros pequenos, como o Volkswagen
Golf da foto: por que não blindar os carros de perseguição das polícias?
Amigos do blog, depois da porta arrombada… O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), como se sabe, anunciou que vai liberar uma verba para a compra de automóveis blindados para os juízes de Direito do Estado ameaçados de morte por bandidos ou seus asseclas.

Muito bem, melhor tarde do que nunca.

Mas fico me perguntando, como faço há tempos: quando é que os governadores de Estado vão blindar carros da polícia? Especificamente, carros-patrulha que, de acordo com estatísticas que as políticas devem ou deveriam ter, estariam mais sujeitos a enfrentar tiroteios em razão da área em que atuam?

Mesmo uma Polícia Militar bem equipada, como a do Distrito Federal, que ostenta centenas de reluzentes peruas Nissan Pathfinder de patrulha, não tem carros blindados circulando na rua. A poderosa PM de São Paulo, em que as patrulhas em grande parte dos casos são feitas por peruas Chevrolet Blazer, também nem fala em blindados. Nem mesmo as viaturas de forças especiais, como a temível ROTA, especializada em confrontos com bandidos, dispõem da proteção que deveriam.

Velhas desculpas não servem mais

Claro que as polícias possuem blindados para controle de distúrbios — os outrora chamados “Tatuzões” da PM de São Paulo, por exemplo — ou para transporte de homens a regiões de conflito armado, como os famosos “Caveirões” do BOPE, no Rio.

Mas me refiro, aqui, a veículos de perseguição. Velhas desculpas não servem mais. A de que a blindagem é pesada e prejudica o desempenho dos carros já foi desmoralizada pela tecnologia, capaz de produzir couraças muito eficazes e cada vez mais leves. Até carros pequenos podem ser protegidos. Vejam o Volkswagen Golf da foto, picotado de tiros mas sem que nenhum tenha penetrado em sua carroceria.

A desculpa do preço? Bem, um remanejo de verbas dentro das próprias secretarias de Segurança poderia aos poucos, sem exageros mas de forma sistemática, introduzir carros simultaneamente potentes e blindados nas polícias — em especial na Polícia Militar, que faz o trabalho ostensivo e está muito mais exposta a ataques e tiroteios. Sem contar que o custo do serviço vem caindo crescentemente.

"Caveirão" veículo blindado da PM do Rio

O preço? Caro é ver policiais mortos ou feridos

O preço? Quanto custa, principalmente em termos humanos, mas também em dinheiro do orçamento, o tratamento e recuperação dos policiais feridos, as aposentadorias por invalidez, as indenizações e outras despesas para as famílias dos mortos, além do treinamento de quadros para substituir os que tombaram em serviço?

Caro, amigos do blog, é ver policiais mortos ou feridos dentro de seus próprios veículos pela ação de criminosos.

Significativamente, não consegui em lugar algum obter números sobre policiais mortos e feridos em perseguição ou confronto com bandidos dentro de viaturas.

Será que as associações de PMs teriam algum número a respeito? Se tiverem, aceito que me enviem.

Está na hora de proteger melhor os homens e mulheres que, nem sempre com o melhor treinamento, nem sempre com o melhor equipamento, quase nunca com salários condignos, tentam proteger nossas vidas.

Não se faz, e não entendo a razão. Me expliquem, que eu quero entender!

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