Na administração de Zé Alberto Veloso a Saúde é uma das secretarias mais bagunçadas

O prefeito de Bacabal, Zé Alberto Veloso está numa encrenca das grandes. Pelo menos duas secretarias do seu governo não funcionam a contento. Como se não bastasse os enredos mirabolantes da Cultura, a Saúde mostra-se uma pasta onde ninguém se entende.

Esta semana o Blog denunciou que a secretaria de Saúde enviou dados fictícios para o Ministério da Saúde. Como exemplo, citamos os médicos Jorge Alberto Trabulsi Lisboa e Cleomar Tema.

Jorge Trabulsi Lisboa é filho do ex-prefeito Raimundo Lisboa. Graças à caneta paternal do ex-prefeito, ingressou no quadro de médicos mesmo morando em São Paulo. Cleomar Tema é prefeito de Tuntum. Trabalhou em Bacabal somente até o início da campanha eleitoral em sua cidade.

Depois da repercussão, a secretaria de Saúde divulgou nota ontem. A nota, é assinada pela senhora Márcia Regina em nome do secretário Hidalgo Leda. O texto diz que os profissionais “...ainda estão nos sistemas de informação da saúde, porque as atualizações se dão ao término de cada mês”.

Não é verdade. A Secretaria informou as equipes no dia 18 de janeiro de 2013. 

Tela do CNES, sistema de informação nacional do Ministério da Saúde. A seta amarela indica a data do envio de dados

A tela é do CNES, Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, conforme mostra a tela a seguir. O leitor pode consultar por sua conta, clicando aqui. Observe que há municípios no Maranhão que ainda não fizeram atualizações este ano. Bacabal, diligentemente fez atualização e manteve os mesmos profissionais.

Quem tem interesse em camuflar a verdade?

A campanha do então candidato José Alberto Veloso tinha como mote “varrer a sujeira”. Considerava-se sujeira: corrupção, funcionários que não trabalham, gastos indevidos do dinheiros público. Com as chuvas que tem caído vez ou outra na cidade, a vassoura parece ter molhado e não mais funciona.

A dúvida é saber se há realmente falta de preparo ou se os erros são intencionais. Se foi feita a atualização dos dados, por quais motivos o secretário de Saúde determina a divulgação de uma nota argumentando justamente o contrário?

Ou será que o secretário Hidalgo Léda não sabe que servidores da sua secretaria fizeram a transferência dos dados? Pior.

O efeito ‘Doralina’

Secretário Hidalgo Léda

Quando começou a formar a equipe, o prefeito José Alberto Veloso convidou a permanecer como adjunta de Saúde a técnica Doralina Marques. Tida como conhecedora da área, Doralina foi bombardeada desde o primeiro momento pelos aliados do prefeito. O fato de ter participado do administração de Raimundo Lisboa foi o principal argumento usado pelos que pediram a sua cabeça.

A convivência não foi boa mas Doralina permaneceu no cargo. Os informantes do Blog dão conta de que a situação piorou quando começaram os desentendimentos com o secretário Hidalgo Leda.  O resultado foi que a técnica pediu para sair no dia 26 de janeiro. De lá para cá tem sido apontada como a pessoa que alimenta a Imprensa com informações “sigilosas”.

É outro grande equívoco. Primeiro que aqueles que consideram informações públicas como ‘sigilosas” são pessoas dignas de pena que não acompanharam o desenvolvimento do Brasil. Vivem no ‘tempo do bumba’, como se diz no Maranhão quando queremos nos referir a alguém que parou no tempo.  Outro erro é sempre procurar quem ‘vazou’ informações sobre órgãos e poderes, ao invés de consertar os erros.

Aqui mesmo está o exemplo. Não há necessidade de informantes para que a Imprensa tenha acesso a dados. Basta uma simples busca nos sistemas disponíveis na internet, como exemplo, o CNES que o próprio leitor pode consultar.

Dados do médico Jorge Alberto Lisboa, a seta amarela mostra a data de atualização

Dados do médico Cleomar Tema, prefeito de Tuntum, a seta amarela mostra a data de atualização