O absurdo das imagens do absurdo | Blog do Louremar

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O absurdo das imagens do absurdo

Ontem eu estava vendo o Fantástico e, em mais uma cobertura do múltiplo assassinato ocorrido na escola carioca Tasso da Silveira, em Realengo, resolveram mostrar cenas filmadas pelas câmeras do circuito interno do colégio.

Não há problema. Desde que não as denominassem de “imagens exclusivas”. Como alguém pode ter exclusividade sobre aquilo que não é seu? É com essa postura que a Globo se acha no direito de exibir matérias que denunciam os desmandos dos administradores públicos do nosso país?

O pensamento adotado por governadores, prefeitos, vereadores que se apropriam dos bens e verbas públicas é o mesmo da Globo. Se dá pra levar vantagem, então que tal esquecer que é coisa pública?

Ora, se as imagens foram feitas com câmeras da escola Tasso da Silveira, elas pertencem a quem? A todos. Não pertencem ao prefeito do Rio, nem à diretora da escola, pertencem ao povo. As câmeras foram compradas com dinheiro público e estão instaladas numa escola pública. Quem cedeu exclusivamente à Globo?

Quem fez isso errou. Compete também à Emissora, ter o pudor de não usar como se as imagens fossem uma propriedade sua ou adquiridas a algum preço.

Para complementar a reportagem, a apresentadora Patrícia Poeta ainda se saiu com essa: “essa reportagem mostra uma imagem nova e importante. O assassino analisou o local”. Será que ninguém disse pra essa sumidade em jornalismo que o assassino estudou por anos naquela escola?

É preciso que o povo tenha uma visão crítica daquilo que é exibido na televisão.

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